Por Doutor Oswald
Pangloss
Boa noite,
leitores.
Hoje falaremos sobre perturbações mentais, seus efeitos
sobre a vida civil e respectivos diagnósticos.
Vou abordar com vocês as três principais formas de
perturbações e alguns meios de detectar tais perturbações em um interlocutor
(sobretudo os remotos ou distantes).
A mais básica é a oligofrenia, que está escalonada pela OMS
em basicamente quatro graus distintos, oscilando nas patologias F70 a F79,
genericamente conhecidas por retardamento
mental. Os quatro graus seriam: leve, moderado, grave e profundo.
No grau leve, temos a debilidade; no moderado, a
imbecilidade; no grave e no profundo, o idiotismo. O cretinismo pode ser a
causa, dentre outras.
No idiotismo, o desenvolvimento é incompleto pois o
raciocínio equivale ao de uma criança de 2 anos de idade. Não demonstra aptidão
para a leitura, nem para a escrita e pode apresentar dificuldades de
sociabilidade, incluindo fala.
Na imbecilidade, consegue ler, mas a escrita quase sempre
resta prejudicada. Há casos em que cumprem tarefas básicas e demonstram boa
capacidade de execução e obediência a comandos.
Na debilidade (OMS-F70), o indivíduo aparenta maturidade,
mas logo se vê que seu desenvolvimento mental parou na adolescência. É capaz de
ler e escrever e a sua sociabilidade só é comprometida quando há desvio de
caráter. O desvio de caráter pode estar associado a certas atitudes
adolescentes que não se curam com o advento das responsabilidades. Esse desvio
de caráter pode ser notado quando o paciente apresenta manifestações constantes
de grosseria no trato, agravadas por certa dose de tirania e despotismo. A
crueldade em relação a pessoas, acompanhada por certa desconsideração em
relação aos bens alheios, sobretudo quando há deliberada destruição de
patrimônio que não lhe pertence, é outro traço expressivo. A desconsideração
com o outro pode ser ainda notada quando o paciente subjulga outro, sem
qualquer propósito, a demoradas esperas e conhecidas práticas de longos atrasos
a compromissos ou, muita vez, faltas sem justificativas. A isso tudo, se o
paciente for um mentiroso habitual e
contumaz, a soma desses sintomas pode acarretar uma sociopatia que se
acompanhada de desenvolvimento mental incompleto, configurará oligofrenia leve.
Esta preocupa mais do que as outras, pois a aparência de
maturidade e a sociopatia causada pelo comportamento irritadiço e tirânico,
dará a impressão de se estar diante de um sujeito normal mas meramente
“austero”, “exigente” ou simplesmente “esquentado”, quando na verdade, podemos
estar sujeitos a um interditando.
A agressividade e a sociopatia, entretanto, pode ser causa
de outros transtornos, como aqueles de matriz esquizofrênica, em especial as
paranóias e as psicoses. O traço mais marcante de tais pacientes é, além da
aparência inicial de sanidade, manifestar um completo descolamento da realidade
que o cerca. Alucinações, tais como amigos imaginários ou a interação com
objetos inanimados como frutas, plantas, legumes, tubérculos ou minerais são
sintomas marcantes. Ainda no campo das alucinações, a mania de perseguição ou
os inimigos imaginários, que podem levar o paciente a decisões completamente
desarrazoadas, são também indícios de sofrimento esquizofrênico. Em alguns
graus se notam os delírios e as chamadas falas
desorganizadas ou de raciocínio
incompreensível.
Pensando agora em termos cíveis, caso a sua organização
tenha alguém chefiando nessas condições (a saber: delirando, falando coisas
incompreensíveis, utilizando lógica infantil para explicar o mundo, mentindo,
agredindo, se distanciando da realidade, mentindo todo dia, destruindo
patrimônio alheio de forma deliberada, desaforando desconhecidos e conhecidos a
todos instante), o Doutor Pangloss recomenda cuidados médicos, atenção especial,
cuidados familiais constantes e, sobretudo, o estudo atento a hipótese de se
obter uma merecida aposentadoria por invalidez.