segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Editorial

No princípio era o Verbo.

Verba volerunt.

E fez-se o homem à imagem do Verbo.

E o homem inventou a escrita.

Scripta manebant.

E a escrita inventou a internet.

Scripta volunt.

Quando as palavras voavam livremente, veio o homem e depois a escrita, que fez com que as palavras passassem a voar com destino certo.

Como os torpedos...

E depois que Satanás inventou a internet, até a escrita começou a voar, como o Verbo, no princípio.

E o cliclo se completou.

Encerrou-se o ano após a crise e nada restou.

Exceto...

Os escritos alados – como os que aqui serão lidos. Volatum Scriptum. Volatilum Scriptum.

No ano que ora se encerra, ano que foi de Capricórnio, dele se esperava prosperidade.

Mas veio a crise e com ela, a impressão de que ninguém prosperou.

Não. Não caia nessa armadilha, sábio leitor, atenta leitora – alguém, alguns, algo prosperou, prosperaram. Está escrito. Basta ler (antes que voe) e saberá, quem no ano que se vai, prosperou, prosperaram.

Chega hoje, despedindo o ciclo da prosperidade, o Ano do Macaco – inaugura-se o ciclo da astúcia, da curiosidade entusiasmada, do humor sarcástico. Quem há de prevalecer no ciclo da astúcia e do engenho? Não sabemos, leitor, leitora; apenas nosso Oráculo sabe disso: nosso aeroporto de Verbos e Escritos.

Se o motivo que trouxe seus olhos ao Bola Preta este ano são os mesmos que te levaram à crise sem prosperidade que te faz condenar o momento que fica para ontem, larga agora esta leitura, meu caro leitor, minha dileta leitora e volte para as Folhas feitas à luz do dia e da manhã, pois esta, feita na madrugada, quer a atenção dos insones e a indignação dos bravos e bravas, sem bravatas.