Verba volerunt.
E
fez-se o homem à imagem do Verbo.
E
o homem inventou a escrita.
Scripta manebant.
E
a escrita inventou a internet.
Scripta volunt.
Quando
as palavras voavam livremente, veio o homem e depois a escrita, que fez com que
as palavras passassem a voar com destino certo.
Como
os torpedos...
E
depois que Satanás inventou a internet, até a escrita começou a voar, como o
Verbo, no princípio.
E
o cliclo se completou.
Encerrou-se
o ano após a crise e nada restou.
Exceto...
Os
escritos alados – como os que aqui serão lidos. Volatum Scriptum. Volatilum
Scriptum.
No
ano que ora se encerra, ano que foi de Capricórnio, dele se esperava prosperidade.
Mas
veio a crise e com ela, a impressão de que ninguém prosperou.
Não.
Não caia nessa armadilha, sábio leitor, atenta leitora – alguém, alguns, algo prosperou, prosperaram. Está escrito.
Basta ler (antes que voe) e saberá, quem no ano que se vai, prosperou,
prosperaram.
Chega
hoje, despedindo o ciclo da prosperidade, o Ano do Macaco – inaugura-se o ciclo
da astúcia, da curiosidade entusiasmada, do humor sarcástico. Quem há de
prevalecer no ciclo da astúcia e do engenho? Não sabemos, leitor, leitora;
apenas nosso Oráculo sabe disso: nosso aeroporto de Verbos e Escritos.
Se
o motivo que trouxe seus olhos ao Bola Preta este ano são os mesmos que te
levaram à crise sem prosperidade que te faz condenar o momento que fica para
ontem, larga agora esta leitura, meu caro leitor, minha dileta leitora e volte
para as Folhas feitas à luz do dia e
da manhã, pois esta, feita na madrugada, quer a atenção dos insones e a
indignação dos bravos e bravas, sem bravatas.