Por Cícero Esdras
Neemias
Dizem que esse é o problema do Brasil.
Mas o que é isso?
É um modelo de governo onde o multipartidarismo permite que os
partidos se aglutinem em blocos para disputar cargos.
O motivo dessa aglutinação varia.
É também o jeito que o mundo encontrou para não deixar a
democracia nua. É uma roupagem, digamos, confortável.
Dessa roupagem e desses aglutinados se formam situação e oposição.
Esses blocos podem ter aspecto celular, engordam ou emagrecem
conforme o conteúdo que assegura essa coesão se mantém fiel aos interesses da união
ou não. Há sempre os traidores de plantão, que num instante passam de uma
célula a outra, tornando esse jogo, digamos, um tanto quanto químico.
Outros países, não apenas o Brasil, vivem nesse modelo: voilà – Portugal, Espanha, França (em
grande momento para um case de
coalizão esses dias), além de Suíça, Suécia, Finlândia, Reino Unido, Canadá,
Noruega, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Bélgica, Áustria, Itália, Grécia, Índia,
Paquistão, Israel, Japão, Chile, Líbano...
Tem gente boa e tem gente ruim nesse meio (como tudo na
vida). Tem gente indo bem, tem gente passando mal (politicamente falando). A
maioria se entende bem e sabe conversar. Alguns têm mais dificuldade de dialogar.
Tem gente de esquerda, de direita, de centro;
Presidencialista, parlamentarista com presidente, parlamentarista com rei,
parlamentarista com chefe reliogoso, enfim, tem de tudo (como tudo na vida).
Não curtem muito o modelo, além dos EUA (bipartidário na
essência, e se entende bem assim), a China, Cuba, Coréia do Norte, Irã,
Equador. Do mesmo jeito: tem gente boa e tem gente ruim nesse meio (como tudo
na vida). Tem gente indo bem, tem gente passando mal (politicamente falando).
Mas... a maioria têm mais dificuldade de dialogar, ao contrário do outro jeito
de vestir a democracia.
Neste caso, onde não há sombra de coalizão, veste-se de
preto básico, bege ou vermelho – pret-à-porter.
Me parece que o problema não é de coalizão x não-coalizão;
nem de presidencialismo x parlamentarismo; nem de presidente x rei (pois muitos
presidentes vivem como reis, sobretudo por aqui; e muitos reis vivem como
ex-presidentes, sobretudo acolá).
Me parece que o problema-mor é: ruim de trampo x bom de
trampo; sabe falar x não sabe falar; sabe política x não sabe política; pensa
no outro x não pensa no outro.
No mais, vida que segue.