quinta-feira, 6 de abril de 2017

Oriente Médio

Vera Cruz Times
por Dom Fernandes III

Hoje deu-me poupar nossos jornalistas para que o peso das polêmicas saia de meu teclado.

Há tempos nossa linha editorial vem observando, na parte internacional, o eixo EUA-Oriente Médio-América Latina.

O Oriente Médio já rendeu inúmeras matérias em nosso caderno especial internacional, o Vera Cruz Times, bem como em outras seções: da política ao Caderno de Cultura.

De matérias sobre o jihadismo até análises do Decreto de Trump, essa cultura pseudo-oriental nos chama a atenção desde nosso último encontro com o Profeta Mostradanus: se o mundo chacoalhar, a causa dessa turbulência (que pode derrubar o avião, diga-se de passagem) certamente virá desse Eixo do mundo.

Sim, a região que outrora fora parte do Império Otomano, com alguns agregados da Península Arábica (como a própria ditadura da Arábia Saudita), mais alguns núcleos de origem Persa, formam um Eixo que gira em torno do islamismo jihadita (mais brando, menos brando, mais radical, mais sangrento, ou deliberadamente terrorista) e de assistencialismos obscuros com políticas de presença de Estado Total.

O grau de destruição que esse Eixo vem causando não apenas em terras próprias, mas agora também na Europa, vem gerando a maior crise de refugiados de todos os tempos. Causa também a maior inserção na miséria jamais vista em termos de contingente humano: no caso da Síria, mais de 80% de sua população vive hoje em condições de absoluta miséria, causada diretamente pelos conflitos que não cessam. Não são apenas as armas químicas que tem matado extensamente na Síria e na Somália: a fome é também uma das maiores armas de guerra usadas não apenas nesses países mas sobretudo no Iêmen e em regiões do Iraque dominadas pelo Estado Islâmico.

O mundo, com aval estéril da ONU, prefere manter-se passivo, observar, discutir o quanto das portas de cada país podem ser abertas para receber refugiados ("1 milhão pra mim, 500 mil pra você..."), enquanto lá no cenário das operações o "pau come solto". Na verdade, ninguém quer entrar nessa treta, mas essa postura de ficar em volta da roda de briga pilhando os brigões com o famoso "ihhhhhh, humilhou!!!", "ihhhhhhhh, vai levar essa pra casa?" vai fazer com que os bullyies acabem sendo puxados pra dentro dessa roda (lembre-se que muitos já tomaram mais de um tapa na cara enquanto ficam por perto, nessa postura de olhar a briga e não entrar nem para separar os brigões, mas manter o espetáculo da desgraça em modo "on" para se regozijar com a máxima "como somos felizes e civilizados").

Pois bem - parece que essa história de ficar olhando e esperando que eles se entendam não está resolvendo. Ficar provocando lados funciona muito menos (para fins de eliminação das discórdias, haja vista que alguma Rússia pode discordar sobre a efetividade ou inefetividade das provocações).

Muitos têm pedido intervenção militar para derrubar esse ou aquele, mas a experiência no Kuwait em 1990, no Iraque da Era WBush e do Afeganistão Taleban do mesmo período e assim por diante têm demonstrado que essa história de entrar, julgar meia dúzia e devolver o país para os sucessores dos terroristas não está funcionando. Pelo contrário: tem gerado um ciclo vicioso de palhaços armados.

O problema, todos sabem, é cultural.

A região precisa ser recolonizada. Ponto.

É necessária uma intervenção militar e civil na região, assim como foi feito no Japão do pós-Guerra.

É preciso reformular a doutrina Marshall e adaptá-la aos tempos atuais e aos problemas e peculiaridades culturais do Oriente Médio. Há solução e ela não é simples e precisa da intervenção, por terra e na base da força para que Aliados (EUA? França? Espanha? Austrália? Japão? Alemanha? Inglaterra? China? mais candidatos?) façam um saneamento civil posterior (à intervenção militar) das insanidades que regem as ações nesse palco das operações e coloque esse povo honrado para que façam o que melhor sabem fazer; aquilo que foram culturalmente talhados e são reconhecidos em todo o mundo pelo brilhantismo nesse campo: trabalhar e fazer negócios.

O resto é demagogia.

A recolonização é a única saída.