terça-feira, 4 de abril de 2017

Cuzeiro do Sul

Vera Cruz Times
por José da Silva

Bashar el-Assad, o homem que Lula condecorou com a Ordem Cruzeiro do Sul, acaba de realizar um ataque com armas químicas que deixou 500 vítimas, mais de 100 fatais.

Assad é um ícone das esquerdas no Oriente Médio e Lula condecorou-o em 2010 com a maior comenda nacional para um estrangeiro, em vista de sua "relevância para a melhoria do mundo, da vida das pessoas e de seu grande trabalho em prol dos direitos humanos e da classe trabalhadora e dos mais pobres e do povo sofrido, etc, etc, etc., bla, bla, bla..."

Em 2003 o mesmo Lula "anulou" a condecoração que FHC havia concedido a Alberto Fujimori - criou uma nova figura, a da anulação de uma comenda (não pediu de volta, mas "anulou" a entrega) e abriu um precedente curioso, que a época foi fundamentado no fato de Fujimori ter se identificado com.... graves violações de direitos humanos.


Não que Fujimori fosse ou ainda seja flor que se cheire, mas, pensando apenas no lado racional e formal da questão, pergunta-se: o que ainda obriga o Itamaraty a manter essa condecoração, bem como a conferida ao multiterrorista internacional e autor do clássico Manual de "Guerra de Guerrilhas" (documento em que defende abertamente o uso do terrorismo como tática revolucionária)?

Hoje o Cruzeiro do Sul foi manchado de sangue (e não é a primeira vez). Lula até que deu uma boa ideia para tentar consertar: uma espécie de água-raz histórica na medalha estupidamente conferida em passado de exuberâncias irracionais.

Se manter um torturador pode pegar mal, o mesmo pode se dizer em face de um assassino (praticamente um serial killer), pior ainda um genocida (sobretudo quando usa armas químicas).

Detalhe: seu alvo não foi um batalhão e nem um aglomerado militar - foi um hospital.


Esse líder homenageado a condecorado por todos os brasileiros (naquele ato representados por Lula) governa um dos sete países alvo do famoso decreto de Trump.

Estamos apenas aguardando os defensores de Assad bem como os defensores de quem defendeu Assad no passado para justificarem a posteriori o injustificável presente.

Morreremos esperando.