sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Editorial

por Dom Fernandes III

Certos jornalistas, mais ousados que astutos, têm galardoado que a ida de Rafael Corrêa para os quintos dos infernos dá fim a um ciclo de Populismo que não deixará saudades (exceto por Tiko-Tiko, que deixará saudades).

Desatentos ao fenômeno PT (Putin-Trump) e às comemorações pelo centenário da Bolchevique de 17, assumem a pele do vira-lata para partir do pressuposto que a imbecilidade é um atributo exclusivo (embora não discorde que seja inato) da América Latina.

Alguns anos de experiência com a globalização deixaram apenas um fenômeno sem fronteiras: a imbecilidade.

A América Latina foi muito eficaz em sua política de exportação de ideias esdrúxulas e ridículas e hoje, o PT tem soprado na Europa, América, África, Ásia e Antártida como o verdadeiro antídoto dos menos favorecidos em face dos grandes culpados pela desigualdade, esses liberais famintos e que devastaram o mundo em 2008.

Sem assumir um pingo sequer de culpa ou remorso, o Populismo PuTista (versão científica do eixo de mentiras que sustenta o modus operandi Putin-Trump) se coloca como solução para um problema gerado pelo próprio protecionismo gestado na mesma picardia populista que protegia (como de fato continuou protegendo) os useful idiots do sistema financeiro.

Essa molecada de gel no cabelo, cinto Ferragamo, iPhone 25 Plus, 9 dígitos de milhas em cartões fidelidade e um vocabulário tecno-financeiro-bullshístico (mambo-jambo banqueiro) foram, de fato, o instrumento, digamos, a Trombeta que foi soprada pelos verdadeiros culpados: políticos populistas financiados por essa meia dúzia de moleques metidos a espertos, que por sua vez eram protegidos ferozmente por esses políticos (sobretudo no âmbito fiscal, tributário e regulatório) para que continuassem a gerar os lucros de onde saem o financiamento das campanhas que os alçaram ao posto de protetores de seus financiadores (e se eu não parar por aqui vou escrever uma frase de 6 mil linhas nesse vai e volta entre o Master e os Puppets).

O Populismo vive hoje, como Jason Voorhees: mascarado e fazendo suas vítimas ingênuas oriundas dos gozos estudantis.

Enquanto isso, a nova turma do PT lança o mantra "salva o meu que eu cubro o teu".

Tudo ali, bem ajustadinho, no maior símbolo de Estado do mundo: o Salão Oval.