terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Asseio

Caderno de Assuntos Menores
por Eugênio Villas

Lá em São Paulo, o tal Dória, prefeito eleito recentemente, foi zombado porque apareceu vestido de gari varrendo ruas.

Já na campanha, era criticado por seu aspecto "limpinho": aquele jeitinho de quem acabou de tomar banho de banheira de espuma com sais da Malásia (nem sei se tem sais por lá...), enxugou-se em toalha felpuda, passou perfume e alinhou o cabelo com bastante gel após encher o sapato e as meias de talco Granado.

Por estes dias, resolveu abrir guerra contra a imundície gerada pelas pichações que transformam a cidade num quarto de criança de 4 anos de idade bem mal-educada pelos pais, porque autorizada a rabiscar as paredes do próprio quarto. O resultado: picharam mais, emporcalharam em dobro e ousaram chamar sujeira na casa alheia de arte (porque, ao que eu saiba, ninguém picha ou pixa o próprio muro ou a própria casa, dentro ou fora - só é arte se a esculhambação artística é no muro alheio...).

Chegou a dar declarações, recebidas com o nariz torcido pela população paulistana, sobre a necessidade de asseio da cidade.

Pergunto - qual o problema que os paulistanos teriam em manter-se asseados, limpos e com um aspecto de, no mínimo, ter empenhado cuidados básicos com a higiene (não precisa de gel, mas pentear os cabelos é importante para evitar doenças)? Por que essa paixão em parecer sujo, mal cheiroso, vandalizado, esculachado, desgrenhado e descuidado? Por que tanta economia de tempo no asseio regal após no número 2? O que há com você, povinho de São Paulo?

A essa gente de Piratininga, recomendo: vá tomar banho!