Diretoria Administrativa e Editorial
Juntamente com o resto da Humanidade, os Diários Associados Bola Preta e o seu time de elite escalado para os maravilhosos textos na Folha da Madrugada e no Vera Cruz Times, reunir-se-ão para traçar as diretivas editoriais de 2017 em offsite a ser realizado no Monte de Vênus.
Outrora também conhecida a misteriosa localidade, entre os romanos, como a Domus Fallus, todos os jornalistas e articulistas estarão in loco articulando e fazendo o balanço neste ano que fecha para os anos que abrem.
Como tudo que fazemos, será um trabalho duro, com as mãos limpas.
E o resultado disso será integralmente colhido pelos seus olhos, leitor de honra, leitora de fé.
Obrigado por nada deste 2016 e que 2017 nos prepare menos ainda.
Jornalismo Instigativo Clássico Pós-Moderno...................................... LIVRE COMO UM TÁXI, OCUPADO COMO UM UBER @DiarioBolaPreta
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
domingo, 18 de dezembro de 2016
Tapetão Mágico de Lulja
Caderno de Política
por Cícero Esdras Neemias
O presidente Lulja, esse ás no Estado, fez uma opção que cobrará o seu preço: ao invés de governar por meio de decretos, assumiu abertamente a alternativa de governar por meio de decrépitos - sabemos onde isso vai chegar.
Como bom descendente de fenícios que é, deu-se ao trabalho de tecelão e desde há tempos, vai cosendo o tapete com que tenta cobrir toda a sujeira que está à mostra em seu governo.
Não perde tempo varrendo (sob tapetes de má qualidade e que, convenhamos, já estão cheios de sujeira varrida por seus antecessores) - ele faz mais e de maneira mais hábil, inédita e incrível: vai tecendo o seu próprio cobre-merdas, mas, notem; comete um erro.
Tece e estica ao mesmo tempo, mas segue tecendo os metros faltantes de tapete justamente em cima da parte já tecida.
Em 2017, todos estarão cobertos sobre o Tapetão Mágico de Lulja, que pensa ele, solitário sobre o tapete, há de voar mais alto que o de Alladin. Engana-se Lulja. Antes que o Tapete Mágico voe ou mesmo sequer termine de ser tecido por aquele que insiste em ficar sobre o mesmo tapete, um grupo de mãos há de puxá-lo, precipitando para a sujeira mal coberta o tristonho Lulja. E ele, com seus 40 cobertos, serão desta vez varridos para sempre do parquet, tamanho o loteamento dos demais tapetes da história, onde não mais caberão, nem mesmo para ouvir dos demais acobertados: eu te avisei...
por Cícero Esdras Neemias
O presidente Lulja, esse ás no Estado, fez uma opção que cobrará o seu preço: ao invés de governar por meio de decretos, assumiu abertamente a alternativa de governar por meio de decrépitos - sabemos onde isso vai chegar.
Como bom descendente de fenícios que é, deu-se ao trabalho de tecelão e desde há tempos, vai cosendo o tapete com que tenta cobrir toda a sujeira que está à mostra em seu governo.
Não perde tempo varrendo (sob tapetes de má qualidade e que, convenhamos, já estão cheios de sujeira varrida por seus antecessores) - ele faz mais e de maneira mais hábil, inédita e incrível: vai tecendo o seu próprio cobre-merdas, mas, notem; comete um erro.
Tece e estica ao mesmo tempo, mas segue tecendo os metros faltantes de tapete justamente em cima da parte já tecida.
Em 2017, todos estarão cobertos sobre o Tapetão Mágico de Lulja, que pensa ele, solitário sobre o tapete, há de voar mais alto que o de Alladin. Engana-se Lulja. Antes que o Tapete Mágico voe ou mesmo sequer termine de ser tecido por aquele que insiste em ficar sobre o mesmo tapete, um grupo de mãos há de puxá-lo, precipitando para a sujeira mal coberta o tristonho Lulja. E ele, com seus 40 cobertos, serão desta vez varridos para sempre do parquet, tamanho o loteamento dos demais tapetes da história, onde não mais caberão, nem mesmo para ouvir dos demais acobertados: eu te avisei...
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Editorial
por Dom Fernandes III
Michel Temer, o presidente que tem Lulja no nome, tem tido, igual e ostensivamente, Lulja nas atitudes: vai se cercando de cangaceiros, punguistas, infames, vulgares, trapaceiros, preguiçosos, imbecis, energúmenos, incoerentes, cretinos, bufões, salafrários, mentirosos, embusteiros, golpistas, tapeadores, vigaristas, boçais, cafajestes e, sobretudo, advogados e contadores.
Traça e desenha com perfeição uma rotina de tolices entremeadas com leves malandragens, a que se acostumaram em Brasília de chamar pelo trocado realpolitik.
Faz de tudo e mais um pouco (mas ainda menos que o Diabo, que era feito e assumido pela antecessora amigona de chapa) para terminar sua saga entre o Rol Eterno dos "Vis do Brasil".
Diz que dizem o que disse que disse para dar a impressão de que não tem nada a ver com nada, mas assim como o outro preferia o sarcástico "eu não sabia", Lulja vai na linha do "sabia mas mesmo discordando, eles foram lá e fizeram... pode?". É uma evolução, sem dúvida.
Passou há dias um teto que cobre a casa de tempestades anteriores, enquanto se embrenha na missão de mexer numa previdência sem tocar na conta das Viúvas do funcionalismo e das filhas solteiras da Turma da Gloriosa, largando assim no colo de quem tem que trabalhar mais uns 15 anos, praticamente um orçamento de um Bolsa Família e Meio.
Entre uma e outra reforminha, vai jogando o jogo dos calheiros e canalhas, usando os olhos de cachorro pidão para uma carminha de plantão lhe virar a ampulheta da empulhação e trocar a guerra contra a corrupção por um abuso de autoridade que fala em acabar com a autoridade dos abusos. E tudo isso, lógico, depois do Corujão, com ou sem horário que Verão.
A Chico o que é de Chico ("Vai trabalhar, vagabundo"), enquanto que pau que bate em César, uma hora vai bater em Caesar.
Lulja: em 2017, sua hora vai chegar.
Michel Temer, o presidente que tem Lulja no nome, tem tido, igual e ostensivamente, Lulja nas atitudes: vai se cercando de cangaceiros, punguistas, infames, vulgares, trapaceiros, preguiçosos, imbecis, energúmenos, incoerentes, cretinos, bufões, salafrários, mentirosos, embusteiros, golpistas, tapeadores, vigaristas, boçais, cafajestes e, sobretudo, advogados e contadores.
Traça e desenha com perfeição uma rotina de tolices entremeadas com leves malandragens, a que se acostumaram em Brasília de chamar pelo trocado realpolitik.
Faz de tudo e mais um pouco (mas ainda menos que o Diabo, que era feito e assumido pela antecessora amigona de chapa) para terminar sua saga entre o Rol Eterno dos "Vis do Brasil".
Diz que dizem o que disse que disse para dar a impressão de que não tem nada a ver com nada, mas assim como o outro preferia o sarcástico "eu não sabia", Lulja vai na linha do "sabia mas mesmo discordando, eles foram lá e fizeram... pode?". É uma evolução, sem dúvida.
Passou há dias um teto que cobre a casa de tempestades anteriores, enquanto se embrenha na missão de mexer numa previdência sem tocar na conta das Viúvas do funcionalismo e das filhas solteiras da Turma da Gloriosa, largando assim no colo de quem tem que trabalhar mais uns 15 anos, praticamente um orçamento de um Bolsa Família e Meio.
Entre uma e outra reforminha, vai jogando o jogo dos calheiros e canalhas, usando os olhos de cachorro pidão para uma carminha de plantão lhe virar a ampulheta da empulhação e trocar a guerra contra a corrupção por um abuso de autoridade que fala em acabar com a autoridade dos abusos. E tudo isso, lógico, depois do Corujão, com ou sem horário que Verão.
A Chico o que é de Chico ("Vai trabalhar, vagabundo"), enquanto que pau que bate em César, uma hora vai bater em Caesar.
Lulja: em 2017, sua hora vai chegar.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Dia da JUSTIÇA
Caderno Especial da Justiça
por Ministro Anselmo Biltre*
Hoje comemoramos o dia daquela que, sendo a última a ter entrado no sistema estatal dos Poderes (entrou, ainda por cima, pelo sistema de quotas, pois é deficiente visual desde nascença, segundo alega), é a única a ter um dia só pra si.
Os outros, digamos, gozam nos demais 364 dias, segundo acordos de ocasião. Mas a Justiça goza hoje.
Na Grécia, nasceu primeiro que as outras (dizem até que é tia-avó de todas as demais). Mas no Brasil foi trazida para a festa por último. Anos se passaram e resolveram dar um dia só para ela: hoje.
Pois ontem, conforme vimos e ela não (é esse problema de deficiência e tal), a Justiça acolheu o gozo dos demais, conforme sempre fez e sempre o fará.
Parabéns Justiça!!!
Você é demais!!!
Goze bastante o dia de hoje pois amanhã já é dia de batente para o gozo alheio.
* ex-Ministro do Supremo Tribunal da Verdade e ex-juiz do C.U. (Corte Universal).
por Ministro Anselmo Biltre*
Hoje comemoramos o dia daquela que, sendo a última a ter entrado no sistema estatal dos Poderes (entrou, ainda por cima, pelo sistema de quotas, pois é deficiente visual desde nascença, segundo alega), é a única a ter um dia só pra si.
Os outros, digamos, gozam nos demais 364 dias, segundo acordos de ocasião. Mas a Justiça goza hoje.
Na Grécia, nasceu primeiro que as outras (dizem até que é tia-avó de todas as demais). Mas no Brasil foi trazida para a festa por último. Anos se passaram e resolveram dar um dia só para ela: hoje.
Pois ontem, conforme vimos e ela não (é esse problema de deficiência e tal), a Justiça acolheu o gozo dos demais, conforme sempre fez e sempre o fará.
Parabéns Justiça!!!
Você é demais!!!
Goze bastante o dia de hoje pois amanhã já é dia de batente para o gozo alheio.
* ex-Ministro do Supremo Tribunal da Verdade e ex-juiz do C.U. (Corte Universal).
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Blowing job in the wind
Caderno de Cultura
por Dionísio Crátino
A Fundação Nobel, outrora responsável por premiar, no campo da literatura, gente como Pablo Neruda, Anatole France, Yeats, Thomas Mann, G. B. Shaw, Bertrand Russell, Pirandello, Juan Ramón Jiménez, Camus, Beckett, Sartre, Saramago, Gabriel Garcia Marquez, Vargas Llosa, resolveu fazer um job de escolha que louvou o blower Bob Dylan.
Eduardo Suplicy animou-se (inutilmente) mas Paulo Coelho (nas parecerias com Raul Seixas) e Jô Soares, igualmente blowers (no caso do segundo, um verdadeiro wind blower) viram ótimas alternativas à ABL (já conquistada por um e cobiçada pelos demais).
Hoje, não se sabe o que é fazer um bom trabalho literário - qual seja, a good job: but the answer, my friend, is blowing in the wind...
por Dionísio Crátino
A Fundação Nobel, outrora responsável por premiar, no campo da literatura, gente como Pablo Neruda, Anatole France, Yeats, Thomas Mann, G. B. Shaw, Bertrand Russell, Pirandello, Juan Ramón Jiménez, Camus, Beckett, Sartre, Saramago, Gabriel Garcia Marquez, Vargas Llosa, resolveu fazer um job de escolha que louvou o blower Bob Dylan.
Eduardo Suplicy animou-se (inutilmente) mas Paulo Coelho (nas parecerias com Raul Seixas) e Jô Soares, igualmente blowers (no caso do segundo, um verdadeiro wind blower) viram ótimas alternativas à ABL (já conquistada por um e cobiçada pelos demais).
Hoje, não se sabe o que é fazer um bom trabalho literário - qual seja, a good job: but the answer, my friend, is blowing in the wind...
Enterrando cinzas
Vera Cruz Times
por Prof. Coitinho da Moita*
Ontem encerrou-se o féretro do Grande Comandante Castro.
Ele foi o primeiro Ex-Ser Vivo da História da Humanidade (e da Desumanidade também) a ser cremado e enterrado!
Ontem enterraram suas cinzas!
Isso foi feito para que não se restassem dúvidas (ou só restassem as dúvidas - como quiser, leitor).
* Prof. Titular Catedrático de Lógica Absoluta da Universidade de La Havana Club, ESPECIAL para o Vera Cruz Times
por Prof. Coitinho da Moita*
Ontem encerrou-se o féretro do Grande Comandante Castro.
Ele foi o primeiro Ex-Ser Vivo da História da Humanidade (e da Desumanidade também) a ser cremado e enterrado!
Ontem enterraram suas cinzas!
Isso foi feito para que não se restassem dúvidas (ou só restassem as dúvidas - como quiser, leitor).
* Prof. Titular Catedrático de Lógica Absoluta da Universidade de La Havana Club, ESPECIAL para o Vera Cruz Times
domingo, 4 de dezembro de 2016
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Parâmetros Brasileiros
Caderno de Letras Jurídicas
por Clóvis Hauser (estagiário com OAB e de DP em "Estudos dos Problemas Brasileiros")
Esses dias a Doutora Kátia Rebello, ex-bailarina e ex-herdeira do Banco Rural, presa no contexto do Mensalão, foi pra casa dançar em teto próprio.
O Mensalão é de 2005 e Kátia foi presa em 2012, logo após a condenação por 14 anos por envolvimento "naquela coisa toda".
Quatro anos depois, já foi liberada para fazer plié em casa.
O caso Enron, por sua vez, aconteceu em 2002 e foi julgado definitivamente em 2006. Jeff Skilling pegou 24 anos e pelo seu bom comportamento, pode ir para a casa ano que vem.
Vejamos os números: Mensalão - o dobro do tempo para julgar tudo de forma definitiva, quase metade da quantidade de pena aplicada e quase um terço da pena efetivamente cumprida, para um escândalo que varreu financeiramente o país em números quase 10 vezes superiores ao da Enron.
Na Lavajato não temos um quadro muito diferente, apesar do esforço da galera em deixar a cambada presa por mais tempo e os números do escândalo só em relação a Petrobrás terem transformado a Enron numa pequena molecagem.
O Brasil é realmente um país muito legal sob o ponto de vista jurídico...
por Clóvis Hauser (estagiário com OAB e de DP em "Estudos dos Problemas Brasileiros")
Esses dias a Doutora Kátia Rebello, ex-bailarina e ex-herdeira do Banco Rural, presa no contexto do Mensalão, foi pra casa dançar em teto próprio.
O Mensalão é de 2005 e Kátia foi presa em 2012, logo após a condenação por 14 anos por envolvimento "naquela coisa toda".
Quatro anos depois, já foi liberada para fazer plié em casa.
O caso Enron, por sua vez, aconteceu em 2002 e foi julgado definitivamente em 2006. Jeff Skilling pegou 24 anos e pelo seu bom comportamento, pode ir para a casa ano que vem.
Vejamos os números: Mensalão - o dobro do tempo para julgar tudo de forma definitiva, quase metade da quantidade de pena aplicada e quase um terço da pena efetivamente cumprida, para um escândalo que varreu financeiramente o país em números quase 10 vezes superiores ao da Enron.
Na Lavajato não temos um quadro muito diferente, apesar do esforço da galera em deixar a cambada presa por mais tempo e os números do escândalo só em relação a Petrobrás terem transformado a Enron numa pequena molecagem.
O Brasil é realmente um país muito legal sob o ponto de vista jurídico...
Panóptico de Cícero
Caderno de Política
por Cícero Esdras Neemias
Fidel morreu em uma Black Friday - piada pronta.
Mas o mistério da vida é: para onde foi Fidel em seu postmortem?
Talvez nunca saibamos, nem mesmo quando a Princesa das Trevas chegar a nós para bailar a Valsa dos Eternos.
Até lá, criamos nossos mitos.
Fidel foi um deles e eu já tenho lugar para ele.
Soube um dia que ele era responsável por uns 17 mil fuzilamentos de quem ousou pensar diferente dele (ou que ele pensou que a pessoa pensava diferente dele, vai saber).
Pois bem, na barganha da história, assumiu 7 mil e jogou outros 10 mil "na conta do Papa".
Por essa aritmética, coloquei Fidel no meu panóptico, o famoso Panóptico de Cícero.
O Panóptico de Cícero é a prisão mental em que eu, no centro dela, coloco algumas pessoas que têm algo em comum, todas encarceradas a minha volta para que eu olhe nos olhos de cada ocupante de cada cela, classificando, nesse inferno dantesco-ciceroneano os delitos de que quero distância. Representam, todos, para mim, o que menos quero em minha vida. Por isso o aspecto Panóptico.
A entrada no Panóptico de Cícero não segue exatamente a data em que os crimes ocorreram. Essa entrada segue um regime meu, próprio, na medida em que vou conhecendo essas figuras ao longo da minha longa vida e precisando dar um lar a elas em minhas memórias fúnicas.
Na verdade, em um primeiro momento, eu tento esquecê-las, mas as barbaridades são tantas que não resta outro tratamento na memória: o Panóptico.
Para isso ele foi criado em minha mente. Para guardar essas pessoas, numa espécie de pasta reservada do meu SSD (desculpe, eu não tenho HD), eu criei esse Panóptico que facilita o acesso a dados e dossiês quando essas pessoas são mencionadas em conversas aleatórias.
Há gente que ingressa lá após investigação, mas já alguns que parecem ter nascido no Panóptico de Cícero (nunca foram crianças e nem se imagina engatinhando ou sorrindo para passarinhos ou girassóis): Hitler, Mao, Nero, Stálin, Pinochet, Saddam, Bin Laden são tipos que parecem ter nascido lá dentro. Outros menos conhecidos também já nasceram lá: Pol Pot, Giap, Videla, Solano López e essa gente toda do jihadismo que eu nem me preocupo muito em guardar nome, nacionalidade e tamanho da barba.
Há os que ingressaram depois de certa due diligence: Napoleão, Calígula, Papa Bórgia e uma certa penca de traficantes e "donos de morro" mundo a fora. O amiguinho Che, que se autointitulava bebedor e sangue de inimigos, ingressou após due diligence feita num curto espaço de meia hora.
Fidel foi um destes. Ingressou após breve due diligence sobre seus feitos realizados entre a construção de hospitais e paredões, entre os pelotões que defenderam a soberania de Cuba e os pelotões de fuzilamento. Fidel acabou indo parar no Panóptico de Cícero lá pelos idos dos anos 1980 e por não ter nascido lá, a possibilidade de sair rondou-lhe a vida mas nunca foi por ele bem aproveitada. Ele honestamente gostou do lugar e nunca se importou e cometer alguma benevolência ou ato de maturidade para, como Lampião, Kruschev, Roberto Jefferson, Ronald Reagan e Paulo Maluf, entrar e sair no Panóptico de Cícero.
Hoje que completou a sua apocoloquintosis (qual seja, no 7o dia após o Black Friday mortal), ingressou de forma definitiva no Panóptico de Cícero, pois sua chance de sair por algum ato de final de vida que pudesse compará-lo a Gandhi, encerrou-se cabalmente com a sua morte.
Atualmente, ele joga baralho e vê novela brasileira ao lado de Hitler e Mao na ala dos genocidas do Panóptico de Cícero.
Aproveite as companhias, Fidel, e deixe que elas também se aproveitem de você e... Viva La Vida Loca, Comandante de mierda!!!
por Cícero Esdras Neemias
Fidel morreu em uma Black Friday - piada pronta.
Mas o mistério da vida é: para onde foi Fidel em seu postmortem?
Talvez nunca saibamos, nem mesmo quando a Princesa das Trevas chegar a nós para bailar a Valsa dos Eternos.
Até lá, criamos nossos mitos.
Fidel foi um deles e eu já tenho lugar para ele.
Soube um dia que ele era responsável por uns 17 mil fuzilamentos de quem ousou pensar diferente dele (ou que ele pensou que a pessoa pensava diferente dele, vai saber).
Pois bem, na barganha da história, assumiu 7 mil e jogou outros 10 mil "na conta do Papa".
Por essa aritmética, coloquei Fidel no meu panóptico, o famoso Panóptico de Cícero.
O Panóptico de Cícero é a prisão mental em que eu, no centro dela, coloco algumas pessoas que têm algo em comum, todas encarceradas a minha volta para que eu olhe nos olhos de cada ocupante de cada cela, classificando, nesse inferno dantesco-ciceroneano os delitos de que quero distância. Representam, todos, para mim, o que menos quero em minha vida. Por isso o aspecto Panóptico.
A entrada no Panóptico de Cícero não segue exatamente a data em que os crimes ocorreram. Essa entrada segue um regime meu, próprio, na medida em que vou conhecendo essas figuras ao longo da minha longa vida e precisando dar um lar a elas em minhas memórias fúnicas.
Na verdade, em um primeiro momento, eu tento esquecê-las, mas as barbaridades são tantas que não resta outro tratamento na memória: o Panóptico.
Para isso ele foi criado em minha mente. Para guardar essas pessoas, numa espécie de pasta reservada do meu SSD (desculpe, eu não tenho HD), eu criei esse Panóptico que facilita o acesso a dados e dossiês quando essas pessoas são mencionadas em conversas aleatórias.
Há gente que ingressa lá após investigação, mas já alguns que parecem ter nascido no Panóptico de Cícero (nunca foram crianças e nem se imagina engatinhando ou sorrindo para passarinhos ou girassóis): Hitler, Mao, Nero, Stálin, Pinochet, Saddam, Bin Laden são tipos que parecem ter nascido lá dentro. Outros menos conhecidos também já nasceram lá: Pol Pot, Giap, Videla, Solano López e essa gente toda do jihadismo que eu nem me preocupo muito em guardar nome, nacionalidade e tamanho da barba.
Há os que ingressaram depois de certa due diligence: Napoleão, Calígula, Papa Bórgia e uma certa penca de traficantes e "donos de morro" mundo a fora. O amiguinho Che, que se autointitulava bebedor e sangue de inimigos, ingressou após due diligence feita num curto espaço de meia hora.
Fidel foi um destes. Ingressou após breve due diligence sobre seus feitos realizados entre a construção de hospitais e paredões, entre os pelotões que defenderam a soberania de Cuba e os pelotões de fuzilamento. Fidel acabou indo parar no Panóptico de Cícero lá pelos idos dos anos 1980 e por não ter nascido lá, a possibilidade de sair rondou-lhe a vida mas nunca foi por ele bem aproveitada. Ele honestamente gostou do lugar e nunca se importou e cometer alguma benevolência ou ato de maturidade para, como Lampião, Kruschev, Roberto Jefferson, Ronald Reagan e Paulo Maluf, entrar e sair no Panóptico de Cícero.
Hoje que completou a sua apocoloquintosis (qual seja, no 7o dia após o Black Friday mortal), ingressou de forma definitiva no Panóptico de Cícero, pois sua chance de sair por algum ato de final de vida que pudesse compará-lo a Gandhi, encerrou-se cabalmente com a sua morte.
Atualmente, ele joga baralho e vê novela brasileira ao lado de Hitler e Mao na ala dos genocidas do Panóptico de Cícero.
Aproveite as companhias, Fidel, e deixe que elas também se aproveitem de você e... Viva La Vida Loca, Comandante de mierda!!!
Castro
Vera Cruz Times
por José da Silva
A primeira vez que ouvi falar de Fidel Castro, tinha lá meus 12 para 13 anos de idade.
Ocorreu, obviamente, numa aula de história. Jamais ocorreria numa aula de matemática, biologia, física, química, literatura, mencionar um sujeito como esse. Muitos dirão entretanto, com certa ironia, que ao estadista cabe mudar a história - o resto que se exploda (numa bomba atômica, de preferência).
Incrível entretanto pensarmos em estadistas como Benjamin Franklin, facilmente citável tanto em uma aula de história, quanto de matemática, biologia, física, química e... até literatura!
Enfim, é o que tínhamos e graças a Deus, não temos mais, para hoje.
Não foi citado em outras aulas porque simplesmente foi irrelevante para a matemática, a biologia, a física, a química e a literatura. Em outras palavras, não mudou o mundo. Seu grande feito histórico foi apenas e tão somente ter tornado o mundo mais perigoso - e da forma mais desnecessária possível.
Naquele tempo eu cursava o que já foi chamado de 2o ano ginasial, que passou a ser chamar 6a série primária e hoje se chama 7o ano do fundamental.
Um aluno trouxe o tema a baila e a professora desandou a falar. Na época gostava muito de história, mas de Grécia, Roma, Idade Média e essas coisas que tanto encantam a molecada. Era moda na época também falar de voto. Golbery preparava o Brasil para a abertura e fazia os primeiros testes com eleições diretas, retomando no Brasil as falas sobre a importância do voto.
Votar era tão importante quanto reconhecer uma democracia. O Brasil era curiosamente uma ditadura com voto (indireto), mas todos sabiam que sem voto, o regime seria indiscutivelmente ditatorial.
Quando a mestra foi provocada sobre o tema Fidel Castro (nesse tempo, muito antes de Paula e Hortência), desancou nos elogios. Eu não conhecia o dito cujo, mas alguém cochichou que seria o tal "ditador de Cuba". Os elogios seguiram, desnecessariamente, pois a aula era sobre Revolução Francesa ou outro tema assim. A ideia era mesmo desestabilizar e engambelar a tola professora para que desse menos matéria para que todos estudassem menos para a prova do semestre. Tão simples quanto isso - nem o perguntador nem a sala estava interessada em Fidel Castro e tola mordeu a isca e começou a gastar tempo falando de um "ditador".
Minha igualmente tola curiosidade desafiadora levantou a polêmica da aula anterior e tentou inserir no tema Fidel: voto. Levante a mão e perguntei: "prof..., esse herói ai, depois que limpou a ilha dos bandidos, seguiu no cargo eleito?". Resposta pensativa: "hummm... não... acho que não... de fato, não". Repliquei: "bem, não é não, né? não foi eleito... então que tipo de democracia sem voto se pratica por lá? consegue nos explicar?". A professora acionou o gerador de lero-lero e falou por 1 hora. Voltou ao tema na aula seguinte..., e na seguinte,... depois na seguinte...
Tomei lanche de graça até o fim do ano e os alunos venceram, graças a mim! Naquele ano todas as provas de história só tinham perguntas sobre renascimento e todos terminaram o ano com notas altíssimas, tendo que precisar estudar praticamente nada, apenas repetindo o mesmo gerador de lero-lero semestralmente.
por José da Silva
A primeira vez que ouvi falar de Fidel Castro, tinha lá meus 12 para 13 anos de idade.
Ocorreu, obviamente, numa aula de história. Jamais ocorreria numa aula de matemática, biologia, física, química, literatura, mencionar um sujeito como esse. Muitos dirão entretanto, com certa ironia, que ao estadista cabe mudar a história - o resto que se exploda (numa bomba atômica, de preferência).
Incrível entretanto pensarmos em estadistas como Benjamin Franklin, facilmente citável tanto em uma aula de história, quanto de matemática, biologia, física, química e... até literatura!
Enfim, é o que tínhamos e graças a Deus, não temos mais, para hoje.
Não foi citado em outras aulas porque simplesmente foi irrelevante para a matemática, a biologia, a física, a química e a literatura. Em outras palavras, não mudou o mundo. Seu grande feito histórico foi apenas e tão somente ter tornado o mundo mais perigoso - e da forma mais desnecessária possível.
Naquele tempo eu cursava o que já foi chamado de 2o ano ginasial, que passou a ser chamar 6a série primária e hoje se chama 7o ano do fundamental.
Um aluno trouxe o tema a baila e a professora desandou a falar. Na época gostava muito de história, mas de Grécia, Roma, Idade Média e essas coisas que tanto encantam a molecada. Era moda na época também falar de voto. Golbery preparava o Brasil para a abertura e fazia os primeiros testes com eleições diretas, retomando no Brasil as falas sobre a importância do voto.
Votar era tão importante quanto reconhecer uma democracia. O Brasil era curiosamente uma ditadura com voto (indireto), mas todos sabiam que sem voto, o regime seria indiscutivelmente ditatorial.
Quando a mestra foi provocada sobre o tema Fidel Castro (nesse tempo, muito antes de Paula e Hortência), desancou nos elogios. Eu não conhecia o dito cujo, mas alguém cochichou que seria o tal "ditador de Cuba". Os elogios seguiram, desnecessariamente, pois a aula era sobre Revolução Francesa ou outro tema assim. A ideia era mesmo desestabilizar e engambelar a tola professora para que desse menos matéria para que todos estudassem menos para a prova do semestre. Tão simples quanto isso - nem o perguntador nem a sala estava interessada em Fidel Castro e tola mordeu a isca e começou a gastar tempo falando de um "ditador".
Minha igualmente tola curiosidade desafiadora levantou a polêmica da aula anterior e tentou inserir no tema Fidel: voto. Levante a mão e perguntei: "prof..., esse herói ai, depois que limpou a ilha dos bandidos, seguiu no cargo eleito?". Resposta pensativa: "hummm... não... acho que não... de fato, não". Repliquei: "bem, não é não, né? não foi eleito... então que tipo de democracia sem voto se pratica por lá? consegue nos explicar?". A professora acionou o gerador de lero-lero e falou por 1 hora. Voltou ao tema na aula seguinte..., e na seguinte,... depois na seguinte...
Tomei lanche de graça até o fim do ano e os alunos venceram, graças a mim! Naquele ano todas as provas de história só tinham perguntas sobre renascimento e todos terminaram o ano com notas altíssimas, tendo que precisar estudar praticamente nada, apenas repetindo o mesmo gerador de lero-lero semestralmente.
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