segunda-feira, 18 de abril de 2016

Editorial

As razões do 17 de abril
por Dom Fernandes III

Nossa ágil cobertura política, há tempos atrás, advertiu que o resultado de 17 de abril seria movido por traição.

Dito e feito: parabéns ao nosso editor de política, o hábil Cícero.

Este Editorial, entretanto, não quer por ora olhar para o futuro. O futuro ao Oráculo pertence.

Cabe agora jogar a "pá de cal" neste tema, estabelecendo aqui as causas que levaram a nossa Presidenta Dilma Vana Roussiffo à situação constatada ontem.

Reafirmamos aqui que o posicionamento deste jornal sempre foi CONTRA O IMPEACHMENT.

Ainda achamos que esse processo contraria a natureza da nossa sensacional mandatária.

E é sobre essa natureza que reinam as causas do resultado de antanho, motivo central do Editorial de hoje.

Nossa Presidenta preside o país com uma característica não tanto incomum, mas certamente difícil de ser encontrada nessa forma pura e cristalina em um único ser senciente humano (nos sencientes não humanos é mais fácil).

E que característica seria essa?

É aquilo que o Doutor Pangloss, nosso Editor do Caderno de Saúde, ensinou, com base em doutrina médica segura, se chamar Estupidez Absoluta.

A Estupidez (com "e" maiúsculo) para muitos é uma doença, para outros um incomôdo, para alguns apenas um traço da personalidade. Para estes últimos, quando misturada com outros elementos, pode até se tornar uma vantagem competitiva em relação a outros seres sencientes (humanos e não humanos).

Vejamos o caso de Forrest Gump. Ele é um estúpido. Isso até faz parte de sua cinebiografia em várias passagens do roteiro. Mas trata-se de uma estupidez impura, pois vai amalgamada com outras características como a pureza de espírito, a bondade, a determinação, a boa memória e, porque não lembrar, no caso desse contador de histórias, a sorte - ele era o homem certo no lugar certo na hora certa. Forrest Gump é um estúpido da mesma estirpe de Raymond Babbit. Diríamos até que são a mesma pessoa, mas feitas de formas diferentes por gênios e agudezas distintas: D. Hofmann e T. Hanks encarnaram, ao seus respectivos gênios, essa estupidez singular. Assim inaugurou esse gênero de "estúpido amável" o intrépido Rocky Balboa, algo como um Raymond Bobbit ou Forrest Gump do boxe.

E por falar em Rocky, há outros casos em que a estupidez é misturada com brutalidade, fúria, revanchismo, tenência e até determinação: John Rambo, esse complexo herói de guerra, é um grande estúpido mas que agrega à sua estupidez algumas características que chegam até a desembocar (vejam que curioso!!) no patriotismo e na compaixão de quem o olha com mais atenção. Vejamos: é o Incrível Hulk quando está verde - Hulk e Rambo são a mesma pessoa, só que um é interpretado a partir da reversão da estupidez de Rocky onde doses elevadas de fúria entram em substituição da pureza de espírito enquanto que o outro é feito por Lou Ferrigno, o imortal (dispensados comentários), tornando hoje esse Hulk apenas possível se feito em computador, tamanha a perfeição dessa estupidez furiosa criada por Lou, o imortal. Maximus Decimus Meridius elevou essa estupidez reativa e vingativa aos padrões estilísticos de um Homero moderno - por um tris Maximus quase nos engana e se faz passar por um não-estúpido. Mas com Maximus a impureza de sua estupidez, misturada a tantos outros elementos, nos faz com que o gênio de Crowe tenha permitido escamotear a estupidez de Maximus ao ponto de passar quase desapercebida.

Há aquela estupidez bárbara, ainda. A estupidez "quase pura" (quasae purius), mas que é ainda misturada terrivelmente com burrice e um pouco de cafajestagem. É o caso de Otis, o misterioso auxiliar de Lex Luthor de Gene Hackman, que orbita (aquele, não este) na mesma linha de Karas, o auxiliar de Doutor Gori. Otis e Karas são a mesma pessoa, com o mesmo grau de estupidez parva que os aproxima das feras, mas, por alguma razão que fingem desconhecer, ainda os deixa entre os humanos (sim, Karas é mais humano do que os "estúpidos puros"): eles estão o tempo todo querendo pensar. Justamente porque são liderados por gênios incontestes (Doutor Gori e Lex Luthor são a mesma pessoa), o esforço de aproximação estratégica causado pela proximidade física gera falhas nas execuções de ordens, alocando-os na categoria dos estúpidos burros. São os estúpidos que fazem tolices porque pensam demais e, nesses casos, pensar não seria o forte deles.

Mas a estupidez de Dilma não é de nenhuma dessas categorias. A ela falta a bondade de Ray ou de Gump, a fúria aquilínea de Rambo ou do Doutor Banner tornado Hulk e, por fim, a genialidade de um condutor como Luthor ou Gori a quem prestam contas de suas cretinices e que poderia faze-la pensar e errar pelo esforço do próprio pensamento inoportuno, tornando-a uma estúpida bárbara.

No caso da estupidez modelar de Gump, não a vemos em Dilma, pois nem o elemento sorte, nem o azar geraram efeito: o lugar sempre será esse e a hora poderá ser qualquer, para quem deseja a presidência (ainda que de uma república "meia boca" como esta, assim tornada ao longo dos últimos 500 anos). Mas dizer que ela foi (está sendo) a pessoa errada para esse espaço-tempo é subestimar as causas relacionadas com a sua Estupidez Absoluta. Ela de fato ostenta de maneira única na história do mundo o que Doutor Pangloss chama de "Estupidez Absoluta". Isso ocorre pois não há nada mais do que a puríssima estupidez em seus atos.

Dilma é verdadeiramente um material orgânico de baixo impacto preenchido única e exclusivamente com estupidez em forma sólida, líquida e gasosa. Tudo por baixo de sua pele é estupidez. Recentemente até se pensou em incluir a estupidez na tabela periódica (Ez119). Diz-se até que o ditador da Coreia do Norte já fez a sua perigosíssima Bomba de Ez para sair soltando por ai. Mas esse é outro assunto. Voltemos à fantástica Presidenta, pois.

Em Dilma não há maldade, não há bondade, não honestidade, não há desonestidade, não castidade, não há prudência, não há tenência, não há ciência, não há sabadoria, não há sapiência, não há raciocínio, não há intenções, não há reações, não há falas, não há pensamentos, não há ações, não há fúria, não há patriotismo, não há direita, não há esquerda, não há centro, não há humor, não há mau humor, não há ortodoxia econômica, não há matrizes econômicas novas ou velhas, não há proteínas, nem fezes, nem secreções... Há a mais pura.... ESTUPIDEZ - Ez119 em estado bruto, puro, organicamente organizado, assentado e manifestante de seus estados cabalísticos e elementares.

Essa estupidez pura e absoluta, em estado tal qual encontrado na natureza na forma mais intacta em sem qualquer mistura, manifesta-se por meio de sons, períodos em português inventados por ela própria, passos e movimentações simples (algumas sob duas rodas, o que mostra ser um estágio avançado de estupidez pura, pois ela é capaz de se equilibrar sob duas rodas alinhadas). Nada mais.

Assim impera a estupidez em grau absoluto e sem misturas humanas ou sentimentais, mas com grande respaldo na "sociedade humana" dos seres sencientes.

Os últimos casos em que esse tipo de estupidez foram estudados, ocorreram em um Pônei de festa junina (aqueles jegues anões que chamamos docilmente de "pôneis") e em babuínos da África Central. Nesses casos houve grande semelhança com Dilma. Os pôneis ficam lá, tirando fotos com quem lhes sobe ao lombo, por ordem do dono. Recebem os quermesseanos no lombo a contragosto, emitem sons, grunhem... mas saem na foto, não arredam pé do cenário da Piazza San Marco pintado no biombo atrás deles, cagam sem sair do lugar, ficam ali ruminando a dieta e esperando o tempo passar. Se alguém vem passar a mão neles, reajem; se passam na frente em seu campo de visão, reajem; se riem em sua proximidade, reajem. É estupidez pura, absoluta, sem maldade nem bondade. Ela ocorre. Acontece. Se manifesta.

Os babuínos também, ficam ali sentadinhos, esperando o tempo passar, curtindo apenas o ciclo interno da renovação da estupidez absoluta. Não fazem nada, não se socializam, mas aceitam andar num certo bando por pura comodidade ("sociedade não humana", no entender de certos estúpidos), emitem sons vez ou outra, olham bravos e fingem doçura quando estão com fome, enfim - estupidez total e sem misturas ou queixumes.

Freddo Corleone, entre nós, esteve bem próximo disso e certamente teria chegado lá se Uncle Michael não o tivesse escalado para rezar Ave Maria no Lake Tahoe.

David Luiz, nosso grande zagueiro, está também próximo da graduação olímpica da estupidez total, ao passo que Felipe Melo seria um ótimo Ministro do Esporte para o finado governo Dilma, dada a similitude de graus de "Estupidez Absoluta" de ambos.

Sabemos todos nós que temos um exemplo assim em nossa cabeça quando saímos procurando cases de sucesso em estupidez: alguma portaria, alguma corporação, alguma aldeia, alguma repartição, algum congressista, alguém da família - enfim, temos lá os nossos exemplos dílmicos de "estupidez absoluta". Mas temos que convir que nesse grau de pureza, só ELA, a nossa Presidenta, foi capaz de atingir sozinha, sem ajuda e com esforços e méritos próprios e exclusivos.

Assim, à nossa mandatária, o nosso parabéns pelo resultado de ontem!!!

Continue assim, Presidenta!!!!!

Claudio a espera no Olimpo quando Vossa Excelência perpetrar a sua final e derradeira Apocolocyntosis Divi Dilmii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!