sexta-feira, 29 de abril de 2016

Oráculo

Em breve, a política verá um upgrade: de uma figura que sofre de oligofrenia leve, passará a contar com um louco de corrente no trato das coisas públicas.

Kawó Kabiesielé!

Walt from Shangow, Rev.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

EXCLUSIVO: DILMA FAZ FORÇA PARA FICAR NO CARGO

Inédito e EXCLUSIVO!!!

Ao colocar FORÇA MÁXIMA para se manter no cargo, Bombeiros do Palácio do Planalto são convocados para solucionar problema de ESTADO com Dilma.

Dilma emprega FORÇA DESCOMUNAL

Resultado é IMEDIATO e repercute por todo o Palácio...


Depois dessa demonstração de tanta força,
Temer já não sabe mais o que fazer para limpar Brasília do legado de Dilma

DILMA TIRA PRATO DE COMIDA DE GAROTINHO CARENTE

- EEEEE, Dona Dilma, dá um teco desse bife pra mim, Dona...
- Sai Garotinho chato... não dô não!! Tira esse zóio do meu bife....

DILMA CUMPRE PROMESSA DE CAMPANHA!!!

 Peguei o prato de comida docêis, pobraida!!!

Maradona no Senado

Caderno de Política
por Cícero Esdras Neemias

Ao invés de continuar a série sobre presidencialismo de coalizão e seus mecanismos de governo, precisei interromper o fio do pensamento para tentar um comentário, ainda que breve, sobre a participação de um argentino no Senado.

Primeiramente, vale lembrar: nada contra argentinos, desde que as manifestações parlamentares dos argentinos fiquem restritas ao seu congresso. Na parte futebolística, inclusive, nada contra: que aproveitem bem dos dons que Deus lhes deu.

Mas voltemos ao nosso Senado.

E imaginemos aqui que Milton Friedman não tenha morrido e que tenha sido convidado pelo Senador Caiado a falar sobre o tal "Plano Temer", da própria tribuna do Senado, com assento privilegiado na Mesa Diretora dos Trabalhos, única e exclusivamente por se tratar de um vencedor do Nobel.

Como reagiria a esquerda e os desenvolvimentas, essa nova Shindo Renmei dos tempos modernos, que acredita tão cegamente na própria vitória que chega até a catarrar na cara de seus interlocutores?

Ao ver um ultraliberal tomando a palavra no púlpito do Parlatório do Senado e acusando o atual e os 3 anteriores governos pela miséria econômica em que fomos metidos (não que o finado Friedman tenha feito isso, o que de fato é uma pena), qual seria a reação das esquerdas nacionalistas?

Aliás, qual nacionalismo e que nacionalismo é esse que se sustenta em uma cruzada de falar mal do Estado perante nações estrangeiras?

Essa esquerda neo-getulista, cheia de nacionalismos estatizantes, arquiva o nacionalismo quando convém?

Nacionalismos de fila de banco a parte, usualmente praticados pelas doenças infantis da esquerda brasileira, desde que o Super Néscio Luiz Carlos Prestes declarou durante a Constituinte de 1946 que lutaria ao lado da URSS caso esta entrasse em guerra contra... o Brasil, cabe lembrar que a presença de um estrangeiro dentro do Congresso Nacional para falar do próprio Brasil é uma novidade que só o governo Dilma foi capaz de inventar.

Logo ela, tão preocupada com a legitimidade do voto, traz para falar no Senado Brasileiro alguém que, no mínimo, nem sequer título eleitoral brasileiro tem.

Uma coisa é dar o microfone da Globo, da CNN, do Jô Soares ou do Faustão para o Nobel diga o que quer... Outra coisa e bem diferente é dar o microfone do Senado para que ele diga não o que quer, mas o que mandaram ele dizer - simplesmente que este país é povoado por um bando de cu-sujos.

Fosse Friedman, estaria preso. E não foi Friedman porque o liberal acreditava que o prêmio a ele outorgado não lhe autorizaria meter a colher na sopa alheia. Friedman era, ao menos, inteligente.

E por falar em prêmio, lembremos - o portenho falastrão ostenta um troféu Nobel pela... Paz! Sim, ele é Nobel da Paz. Paz que com seu ato "comete hostilidade contra a República" - hostilidade no pior tipo: com fala mansa, comparando o Brasil a Honduras e ao Paraguai, falando em nome "del pueblo de Brassil" e assinalando como as casas, que com voto de suas maiorias e mediante oportunidades exaustivas de defesa, são completas desconhecedoras da lei que querem aplicar.

Pode isso, Clóvis?

Precisamos perguntar ao nosso estagiário Clóvis se isso aditaria o seu editorial sobre crimes de irresponsabilidade praticados neste governo.

Mas enquanto a resposta não vem, lembremos - trazer um argentino, vencedor do que quer que seja (Nobel, Copa do Mundo, Medalha Olímpica, Campeonato Mundial de Tranca, Campeão Sulamericano de videogame...) com o único e exclusivo intento de dizer que os parlamentares daquela casa violam a lei local que, creio, o castelhano do nobelista não permite compreensão razoável, é, no mínimo uma afronta que só seria superada se o caseiro do sítio que não é de Lula, fosse convocado para dizer a mesma coisa, do mesmo lugar, com a mesma elegância portenha e com a mesma quantidade de votos que receberam do povo que diz estar protegendo.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Mercosul

Caderno de Turismo
por Max Sneakers

Estou em viagem, a trabalho e férias ao mesmo tempo.

Mas eis que me deparei com jornais aqui em Paris, Londres, Nova Iorque, Madrid, Toquio, Varadero e Capão Redondo que me fizeram buscar refúgio espiritual no Hedonism III na Jamaica para escrever esta nota de protesto:

QUE HISTÓRIA É ESSA DE FICAR AMEAÇANDO O BRASIL A SAIR DO MERCOSUL?????

Eu, que dependo do meu passaporte para trabalhar, deveria estar pouco me lixando pra isso, mas, confesso, ter que voltar para o passaporte verde e ter que entrar em Buenos Aires ou em Punta Del Leste sem poder usar o RG na Alfândega argentina ou uruguaia será UM COMPLETO DESASTRE PARA O BRASIL!!!!!!!!!!

Já pensou ter que pegar fila para entrar em Buenos Aires na fila de imigração de Ezeiza?? Que horror!!!

O Mercosul é importantíssimo para que possamos entrar na Argentina sem passaporte e poder estar na fila de imigração única para nós, mercosulanos, gente!!!!

Já pensou ter que cruzar a Ponte da Amizade com passaporte de novo????

Não dá!!

Não é possível!!!

Abaixo a essa história de tirar o Brasil do Mercosul e aos direitos de entrarmos na Argentina com RG!!!!!!

Crime de (falta de) responsabilidade

Caderno de Legislação
por Clóvis Hauser (estagiário com OAB!!!)

Em meio a pedidos e questionamentos sobre o que é crime de responsabilidade, fiquei com a dúvida (típica de estagiário) se a nossa legislação teria, por um acaso, algum tipo penal que punisse um mandatário de cargo representativo pela completa falta de noção.

E, de fato, vejam que estranho, não há.

Hoje a Presidanta é processada e investigada por ter cometido "crime de responsabilidade". Dizem que as tais "pedaladas" e os "decretos marotos" tipificariam esse crime, que, lembro, não se confundem com crime comum.

Essa confusão, inclusive, permite que estudantes de outras casas do campus saiam dizendo, "ah, mas ela não roubou, não tem conta na Suíça nem offshore no Panamá, então...".

Bem, então pode parar.

Porque não é isso que jogaram no colo da Presidanta.

Essas coisas de pixuleko, conta aqui, conta acolá, um din-din no colchão, são crimes comuns.

E não são chamados de "comuns" porque todos no seu entorno praticam. São assim chamados de "comuns" porque a lei e a doutrina quiseram chamá-los assim. Poderiam ser chamados de "crimes normais", "crimes do Código", "crimes de gente burra", "crimes engraçados"... mas resolveram chamar de "crimes comuns".

Para que não façamos confusão com o nome que deram a essa categoria de crimes e ao conceito aureliano de "comum" ("o que é considerado geral, habitual, normal") vamos chamar os "crimes comuns" de "Crimes Tipo 1" e os "Crimes de Responsabilidade" de "Crimes Tipo 2".

Há ainda os crimes de legislações especiais, como a chamada "Lei de Segurança Nacional". A esses, vamos chamar de "Crimes Tipo 3".

Pois bem, se todos concordamos que até agora não há provas de que a Presidanta praticou "Crimes Tipo 1", é bem mais difícil afirmar, de acordo com a doutrina e a jurisprudência que eu li (nesse caso, só há o caso Collor e o caso Nixon em esfera de jurisprudência comparada) que ela não praticou "Crimes Tipo 2".

Vamos lá considerar que "pedaladas" ou "decretos marotos", como querem alguns, não são fatos que se encaixam nos tipos descritos nos "Crimes Tipo 2". Ainda assim, tem uma lista de "Crimes Tipo 2" que, mais cedo ou mais tarde, a palmatória vai cantar.

Vejamos no art. 5º. O item 1 "entreter, direta ou indiretamente, com governo estrangeiro, provocando-o a cometer hostilidade contra a República" tem lá seus rastros recentes nesses bate-papos pra lá de estranhos com Evo Morales, Rafael Correa, Nicolás "Girafales" Maduro e essa turma simpática de nações muy amigas. Ou será que ao falar de "hostilidades", a língua fica isenta de cometer "atos hostis"? Não sei..., não sei.

No item 6 tem algo bem singelo escrito lá: "celebrar ajustes que comprometam a dignidade da nação". Assim, um bate papo estranho com o Professor Girafales da Venezuela pode cair tanto no item 1 quanto no item 6. Ou será que as abobrinhas de alguém tão néscio não poderia compremeter a dignidade da nação, pela indignidade de seu professor? Bela dúvida...

Tem também o art. 6º, muito bom pra se falar de "compra de votos" e "negociação de cargos" de qualquer escalão. O item 2 é bem curioso: "usar de ameaça contra algum representante da Nação para coagí-lo no modo de exercer o seu mandato bem como conseguir ou tentar conseguir o mesmo objetivo mediante suborno ou outras formas de corrupção". Tem o item 5, ótimo também: "opor-se diretamente e por fatos ao livre exercício do Poder Judiciário" (o juiz Sérgio Moro e alguns Ministros do STJ e do STF podem explicar melhor isto que não entendi bem o que seria "opor-se por fatos").

O item 6 também é curioso: "usar de ameaça para constranger juiz a proferir ou deixar de proferir despacho, sentença ou voto, ou a fazer ou deixar de fazer ato do seu ofício". Taí outra coisa para perguntarmos ao Juiz Sérgio Fernando: "ato do seu ofício"... Enfim... Muitas dúvidas...

Ai logo vem o art. 7º que em seu item 5 traz verdadeira pérola dos "Crimes Tipo 2": "servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder, ou tolerar que essas autoridades o pratiquem sem repressão sua". A dúvida é: e se a autoridade teve sua posse impedida pela Justiça? E se tal autoridade de subordinação imediata tem, na verdade, a própria Presidanta sob sua subordinação de fato? Esse argumento de defesa é bom? O crime fica descaracterizado? Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas... estagiar não é facil!

Mas vejam: esse país é tão divertido que eu acho até que esse argumento cola...

Mas voltemos à lei dos "Crimes Tipo 2".

E ai vem outra dúvida: será que esse movimento bizarro de "Diretas Já", exumado como no Thriller de Michael Jackson, se proposto pelos ocupantes de cadeiras federais, recai no tipo do art. 7º item 4 ("utilizar o poder federal para impedir a livre execução da lei eleitoral")? Se convocado pela Presidanta, seria uma renúncia branca que viola a Constituição por impedir, por manobras, a sucessão legal prevista lá no papel assinado em 1988?

E por falar em barganhas de cargo, que passam longe de um presidencialismo de coalizão de modelo nórdico, será que o art. 9º item 5 ("infringir no provimento dos cargos públicos, as normas legais") passa livre? Talvez passe, sim. Mas certamente no provimento de um certo cargo, o depoimento do Bessias, que levou o termo de posse para ser usado em caso de qualquer necessidade daquele que ainda não tinha tomado posse, pode complicar a defesa. Nunca se sabe. Defesas são defesas, enquanto que as defesas, há... as defesas... também são defesas como qualquer defesa.

Voltando a Lei, temos que pular os artigos 10º e 11 porque já disse a defesa, a Presidanta não aceita e acha que está sendo injustiçada, pois teria ferido (ou não) em nome dos pobres e porque no entender dela esses seriam "crimes comuns" (não no sentido de "Crime Tipo 1", mas no outro sentido, o aureliano, de que seriam, digamos, "crimes gerais, habituais, normais..." e porque não dizer, corriqueiros e já tradicionais!). E por isso, não podem ser usados contra Sua Majestade.

Ai vamos para o art. 12 e pensemos no bunker do Golden Tulip, onde cargos foram negociados: lendo o item 1 desse artigo ("impedir, por qualquer meio, o efeito dos atos, mandados ou decisões do Poder Judiciário") e lembrando da liminar do Ministro Gilmar dos Santos Neves Mendes, fico aqui com minha dúvida: se o STJD da nação disse que Pelé não pode jogar e eu o escalo mesmo assim, ainda que seja para jogar na lateral esquerda ou na quarta zaga, será que eu estou impedindo o "efeito da decisão" desse arqueiro da Pátria que mandou o Pelé não jogar at all? Ele disse na liminar dele que o corinthiano de Atibaia não poderia exercer formalmente as funções da Casa Civil, mas e se eu delegar a ele o exercício dessas funções informalmente, estaria eu cometendo um "Crime Tipo 2"? É muita dúvida mesmo...

Mas isso é tudo.

Ou parece ser tudo...

Porque a minha dúvida atroz, terrível, invencível, suprema, superior, inquebrantável e tipicamente estagial é esta: suponhamos que está tudo bem, a economia está de vento em polpa, não há crise qualquer na política nem nas polícias, a base está intacta, os pixulekos estão todos sendo pagos em dia nas devidas offshores abertas em nome de terceiros para não pegar ninguém em situação ruim, suponhasmos que "Lava Jato" seja apenas um lugar para lavar veículos automotores, enfim --- tudo na mais perfeita ordem brasilis; supondo isso tudo e imaginando um mandatário desabrido, ousado, crítico, consciente, sagaz, levando a cabo a sua representação de Estado até a ONU e lá proferindo o seguinte discurso - "Ladies and gentlemen, I herby would like to leave a personal statement, my own and private testemony that my country is a piece of shit and all the politicians over there are mean people with bad mood and full of the worst intentions against the definition of democracy and liberty. I would like to thank you and to thank all those who supported me so far. Kisses for my children, my wife, mamma and pappa and to the server who gave me extra cheese bread during morning breakfast on the hotel nearby" - será que neste caso teríamos "Crime Tipo 2"?

Sendo apenas moderado e imaginando que esse mandatário diga ou exponha na ONU, apenas e tão somente, um estado de crise, durante uma conferência, digamos, sobre meio ambiente ou outro assunto nada a ver com essa observação negativa e desnecessária - teríamos mesmo assim "Crime Tipo 2"?

Vamos imaginar isso tudo fora do âmbito do art. 9º item 7 e essa coisa brega e cafona do "decoro do cargo". É óbvio que essa postura viola, senão o decoro do cargo, a mínima etiqueta de buteco: só pode falar mal do corinthians quem é corinthiano e entre corinthianos e dentro do Itaquerão ou no Parque São Jorge - um corinthiano que fala mal do Corinthians para um Palmeirense em bate papo na Vila Belmiro comete, no mínimo, um suicídio uniformizado torcedorístico futebúlico.

Mas o que fazer nesses casos se o discurso não for tão indecoroso quanto o que imaginamos e for algo como descrevemos acima - uma mera observação negativa desnecessária e en passant, mas sem problemas de decoro (não porque foram lidas deixando de ser memorizadas, mas sim porque foram escritas com a habilidade das mais sofisticadas covardias diplomáticas). Há "Crime Tipo 2"?

Parece que não, nem mesmo no caso do decoro em decadência.

E do tipo 1, será que haveria um desses criminhos habituais, normaizinhos, gerais?

Fui de ponta a ponta no Código e na tal "Legislação Especial" e... nada!!!

Quando de repente, nessa legislação especial, tem uma rubrica lateral meio estranha, processada na Justiça Militar - uma tal de Lei da Segurança Nacional. Uma pequena herança deixada pelo Getúlio Vargas e usada desabridamente pela "Turma de 1968" e que ficou com o estigma de "Lei Maldita". Os crimes ali descritos vamos então chamá-los de "Crimes Tipo 3".

Há lá no seu art. 8º algo bem parecido com o art. 5º, item 1 dos "Crimes Tipo 2", mas com a diferença de que no art. 5º item 1 dos "Crimes Tipo 2" temos apenas "governos estrangeiros" envolvidos, enquanto que no art. 8º dos "Crimes Tipo 3" os entendimentos podem ser com "grupos estrangeiros".

Contudo, para a extensão do entendimento do que seriam esses "entendimentos com grupos estrangeiros", teríamos um metaentendimento de dificuldade comprometida: discursar na ONU seria um "entendimento com grupo estrangeiro"?

Ora ora.

Pior - seria a ONU um "grupo estrangeiro"? Seria a ONU algo como um MTST metanacional?

Ora...

Pior ainda (agora sob o ponto de vista político): os "Crimes Tipo 3" são processados pela Justiça Militar, lembremos, o que tornaria esse imbroglio um... golpe militar. E ai todos estariam felizes voltando a 1964, 1968, repetindo as histórias que nunca viveram, todos felizes dizendo em 2022, "eu vivi aquele tempo de 2016.......... tempos difíceis..... piores que '64!!!". Todos felizes, exceto eu.

Eu, que sigo com minha dúvida em 2016: falar cretinices do Brasil quando você é escalado para falar bem dele é "crime de responsabilidade"? Noutras palavras: "gol contra" o Brasil em Copa do Mundo é "crime de responsabilidade"? Bem, contra o Brasil ainda não sabemos, mas de for contra a Colômbia já temos jurisprudência: dá pena de morte...

Mas voltamos a nossa Anta na ONU ou numa entrevista coletiva no Waldorf Astoria. Imaginemos que esse mandatário desista, pois, de fazer esse discurso na ONU, mas reuna uma coletiva de imprensa internacional na qual só jornalistas estrangeiros amigos estarão. Lá ele diz tudo de feio sobre o Brasil e isso tudo é publicado na imprensa especializadíssima de algumas dezenas de nações que abrigam pessoas que colocaram o seu dinheiro a disposição desse país que o próprio mandatário inventou de falar. Ele vai lá e faz um discurso algo como: "Ladies and gentlemen, mambo jambo, bla, bla, bla... I hate may country, I hate my peers and they are all a bunch of jackasses. Take your money off there while there is time, 'cause the next who will be on my place is a mother 'you know what'".

Essa "falta de responsabilidade" seria um "crime de responsabilidade"?

Vejamos - o mandatário da República exerce duas representações: a de Estado e a representação política.

No nosso presidencialismo o presidente é Chefe de Estado (tipo a "Rainha da Inglaterra" e nessa função desfila em carro aberto, faz tchau-tchau para os súditos e fala bem do Reino dentro e fora dele) e Chefe de Governo (tipo o David Cameron e nessa função fala bem de si mesmo e mal dos adversários, apenas internamente e para seus eleitores, já que perder tempo com esse papo furado fora da ilha não traz votos favoráveis e nem tira contrários).

Um Chefe de Governo pode assim falar bem do Estado. Aliás, deve falar bem do Estado. Mas fazendo isso não o torna representante do Estado. Se falar mal também (sempre em casa) tudo bem - está dentro de seu job description. Mas atente: desde que esse "falar mal" seja caseiro e não como no exemplo do corinthiano, um ato de suicídio uniformizado torcedorístico futebulíco.

Se o Homer Simpson e o Silvester Stallone não podem falar mal do Brasil, se o Chael Sonnen pode ter os dentes quebrados pelo Cachorro Louco quando diz bobagens sobre o Brasil, menos ainda pode aquele que o representa, na função de Estado.

Na função governo, passa a ser uma questão de decoro (parlamentar, no caso de Cameron).

Mas um Chefe de Governo jamais fará isso depois de cruzar a alfândega de onde quer que seja.

Não faria o menor sentido. Nem interna, nem externamente, sendo, assim, um ato de pura estupidez gratuita.

Já o Chefe de Estado, comete "Crime de Lesa Majestade", um crime, digamos, de "Tipo 4" que vamos aqui chamar meramente de "Crime de Burrice" ou "Crime de Estupidez". Não ganha nada, não deixa de perder o que já vai perder e, pior, faz seus mandantes perderem diretamente com esse ato energúmeno e cheio de imbecilidade de alta sofisticação.

Isso porque, se um mandatário, na qualidade de Chefe de Estado, vai até uma organização internacional para "falar de seu governo" e para "criticar o seu Estado" ou ainda para "falar mal de seu próprio país" ou "denunciar a inoperância das instituições democráticas" (sobretudo quando o responsável por elas é ele mesmo, o mandatário Rei Tardado, que sempre tarda e vive falhando), na verdade, a incompreensão da básica separação entre função de Estado e função Governo faz com que o mandatário cometa esse novel "Crime Tipo 4", o chamado "Crime de Estupidez" ou "Crime de Falta de Responsabilidade", já que não há a menor previsão, pela estupidez do ato em si, para que isso possa se configurar "Crime de Responsabilidade" ou "Crime Tipo 1", ou ainda os Crimes de Tipo 2 ou 3.

Mas a dúvida permanece - esse "Crime Tipo 4" ou "Crime de Estupidez" é passível de impeachment?

Tendo, neste caso, a achar que não e, assim, concordar com o nosso Editor Mor e opinar que, nestas situações, o caso é mesmo de interdição.

Corações Sujos

Caderno de Cultura
por Dionísio Crátino

Por algum tempo, "Corações Sujos" de Fernando Morais esteve na lista. Pela desimportância do tema e pela insignificância literária de seu autor, foi parar no fim da fila.

Eis que a fila andou e chegou a vez dele.

Li. Como previsto, nada mudou na minha vida. Daria para ter chegado a estas conclusões por outros caminhos, mas, confesso, as conclusões pelo caminho dos "Corações Sujos" foram de certa forma interessantes.

Na linha do que Morais já fez alhures, é uma pesquisa jornalística nitidamente terceirizada, cujos dados foram levados a um gabinete, copideskados, cortados e editados. Depois de uns 100 artiguinhos de jornal, tudo é compilado e transformado em um livro. Eis a "técnica literária" que me transpareceu dessa "obra" e que virou o Jabuti de casco para baixo.

O livro não tem uma personagem central, um argumento, uma história, um foco narrativo, bem ao contrário do que ele tentou fazer em "Olga" e em "Chatô".

É um apanhado de atitudes estúpidas elevadas a um tom pseudo-literário com ares de jornalismo investigativo, francamente confundido com o tom de uma coluna social misturada a recortes de páginas policiais antigas.

Não me leve a mal, leitor - o livro não é de todo ruim, mas o fato de não ser significante traz um alerta de aprendizado importante.

A parte as falhas de estilística e a completa indefinição de gênero (sem contar nos erros de conceito e conteúdo), há algo no trabalho que chama a atenção: é um apanhado de trezentas e poucas páginas com relatos e fotos para alçar a um patamar de destaque, certo aspecto extremamente negativo da cultura japonesa no Brasil.

Nas palavras de Umakakeba Sensei, em uma de suas raríssimas entrevistas para a grande mídia, "ignorância" é a melhor definição para o evento que Morais dedica páginas e páginas.

Qual a tese de Morais?

Quais as suas intenções ao dar holofote a um evento que durou pouco mais de um ano e trouxe aspectos negativos baseados numa ignorância cuja amplitude começava nas delegacias de polícia, passava por dentro da própria Colônia e foi parar na Constituinte de 1946 em um dos atos de preconceito racial mais toscos e vergonhosos da historia do Brasil?

O que se pretende quando dedica páginas e páginas para algo negativo dentro de um universo repleto de valores e aspectos positivos e que falta tanto aos brasileiros hoje?

Eis ai o maior defeito do livro: não há valores, não há nada "edificante", nenhuma mensagem positiva.

Trata-se de uma obra "desconstrutiva".

Mas inclusive nas obras de "desconstrução", é necessário sinalizar o que "vem depois".

"A Insustentável Leveza do Ser", de Kundera ou "O Mestre e a Margarita", de Bulgakov ou mesmo no "Brave New World" de Huxley há desconstrução, para construir ao fim. Se a desconstrução não busca ver valores nas ruínas, como fazia Borges, o trabalho se torna mero vandalismo literário ou, no caso dos "Corações Sujos", um vandalismo em palavras, narrador de um vandalismo de ações.

"Corações Sujos" promove um enorme desserviço à cultura japonesa em São Paulo: umas das únicas coisas que prestam neste país e lá vem o seu autor/editor Morais jogando um balde de fezes em palavras sobre tanta coisa importante que essas pessoas da cultura nipo-brasileira nos oferecem gratuitamente todos os dias desde que pisaram aqui pela primeira vez.

O foco narrativo poderia muito bem ter sido dado a partir dos makegumi, mas não - quis ele que o enfoque viesse a partir do tokkotai. Pior: a investigação das origens, dos valores que esses tokkotai defendiam, de onde vieram, quem eram no Japão, a qual estrato social pertenciam - tudo isso não merece sequer uma nota de fim de texto.

Morais transparece de forma absoluta ingênua (para não dizer, preconceituosa ao modo de Miguel Couto) de que tudo aquilo veio do nada, aqui no Brasil, assim, mais que de repente, num passe de mágica.

Esquece-se ou desconhece que essa colonia que o livro dividiu entre "derrotistas'' e "imperialistas" já vinha carregando chagas muito sérias desde o início da Dinastia Meiji. Com o Kasatu Maru, essas chagas vieram bem embarcadas.

Mas a ideia de Morais parece ser "falar mal" da cultura nipo-brasileira, mas com dados e argumentos: coisa de jornalismo investigativo de médio ou baixo estrato. Desconstrução pura, sem qualquer traço de positividade (ou mesmo de positivismo...).

E isso, como dissemos, é uma característica marcante dos trabalhos de Fernando Morais: não o condenemos por isso. São relatos que oscilam o estilo de uma coluna social, com páginas policiais e algumas notas políticas rasteiras para tentar pôr em xeque algo ou alguém, sem nada a apresentar em seu lugar. Morais fez isso em Olga e fez isso em Chatô. Conta coisas óbvias e detalhes típicos de uma coluna social sem importância, deixando de lado valores que poderiam ser explorados. Talvez Olga tenha algo construtivo aqui ou acolá, mas, vamos admitir: é muito pouco quando queremos falar dos desdobramentos do Holocausto Judeu no Brasil e da figura lateral do "Nosso Nazista Favorito", o medíocre ditador Getúlio Vargas, que em Olga ganha tintas de um "Charada Brasileiro" (com a licença de Supla, o usurpador da indecência antagonista).

E para que não me achem injusto por tentar comparar Morais a Kundera, Bulgakov ou Huxley, trago aqui duas biografias infinitamente superiores aos passatempos de Morais: "Mauá" e "Estrela Solitária". Em ambas há esse cuidadoso trabalho com os valores em jogo ao lado da pesquisa aprofundada sobre a vida e os fatos da vida de uma personagem. Em "Mauá" esse trabalho é óbvio pois não apenas os detalhes pessoais e alguns fatos da vida são explorados por Jorge Caldeira, mas sobretudo o que pensava Irineu, como pensava, o que queria e, sobretudo, quais valores deixou para nós, brasileiros. Num patamar categórico menor, "Estrela Solitária" captura uma personagem aparentemente simples e, no estilo já consagrado de Ruy Castro, nos toca (com valores) sobre a complexidade de se viver com simplicidade: a Bossa Nova de Ruy Castro é constante, o que se vê também no "Chega de Saudade". (E no afã de não ser injusto com Morais, acabei o sendo com Ruy Castro e Jorge Caldeira... é a vida...).

E nessa ideia de construir por valores, até o simplório e risível Paulo Coelho faz trabalho melhor do que Morais. José Sarney, eternizado pela críticas de Millôr Fernandes, igualmente tenta, ao menos, falar bobagens com valores imbuídos.

Valores.

Isso não há em "Corações Sujos".

Algo que poderia ser explorado, pois do outro lado da Shindo Renmei há os que venceram esse embate da ignorância, "acreditando" na derrota. Fiquei esperando por isso, e mesmo chegando à última linha, me senti credor dessa ponderação, que o autor não faz.

Mas entendo perfeitamente porque não o fez.

Morais não o fez porque demonstra no livro que não tem a menor compreensão de como funciona a cultura japonesa. Nem ele, nem os estagiários que o auxiliaram na "pesquisa".

Desde erros crassos conceituais em não ter a menor noção do que é um ronin até detalhes absurdos descritos em "lutas corporais" nas quais as personagens são descritas como "faixa preta disso", "mestre daquilo" e outras tolices gigantescas, Morais não mostra esse outro lado: daqueles que venceram acreditam na derrota. No grosso e no seu bottom line, o livro é um arco de preconceitos, uma louvação de lugares-comuns, não apenas como o "faixa preta", mas também o "harakiri", o "tintureiro", o "japonês putanheiro", o "misógino" e outras imbecilidades que já contam com mais de 100 anos de repetição nestas terras. E nesses pontos, o livro é um abissal desserviço a cultura japonesa no Brasil.

A maior lição da Shindo Renmei e da pureza da cultura japonesa verdadeiramente Samurai é completamente deixada de lado numa obra que se preocupa mais com os ignorantes tokkotai do que com a riqueza de tantos outros Samurais nipobrasileiros que legam até hoje um exemplo de trabalho, seriedade, respeito, circunspecção e compaixão. A lição da Shindo Renmei está fora dela, está exatamente naquilo que ela dizia combater. O próprio espírito da Shindo é consagrado (o yamato-tamashii ou o yamato-gokuro, a saber, o "espírito da grande harmonia"), na realidade, por suas vítimas. Eis a lição verdadeira da Shindo Renmei: vencer acreditando na derrota; vencer pela força do outro.

De certa forma, Morais ainda reproduz o proselitismo do espírito antinipônico daquela época, vazado em jornais e panfletinhos regionais dos anos 1940 (alguns deles dirigidos até pelo controverso Samuel Wainer, um típico "blogueiro do Getulismo"), com ares de "jornalismo investigativo" sem ao menos confrontar uma linha sequer daqueles documentos que lhe chegaram as mãos: além dos panfletinhos, boletins de ocorrência e relatórios do DOPS e outras peças ou fontes que passam longe do conceito de imparcialidade que se procura em um jornalista.

Não sei se me fiz claro, mas o livro não é de todo uma perda de tempo, desde que se tenha em mente tudo aquilo que não vai ser encontrado nele e principalmente no que diz respeito à maior falha jornalística de todas: não ouvir atentamente o outro lado.

Mas mais importante que isso --- a Shindo Renmei descrita por Morais está, salvo as devidas proporções, repetindo sua história nos dias de hoje: refiro-me ao PT e às "esquerdas" e a sua turma do "cospe-cospe".

O PT é hoje o que a Shindo Renmei foi naqueles idos de 1946 e 1947: não apenas a ignorante e fanática crença de que não foram derrotados, mas a estigmatização como "coxinhas", "reacionários", "fascistas" e outras pechas de "coração sujo" herdadas do discurso de campanha dilmista/santanista do "nós contra eles", que são aplicadas e replicadas hoje àqueles que já se conformam e acreditam que o PT acabou e a aventura de 18 Brumário bolivariana chegou definitivamente ao fim, é de semelhança gigantesca com as pichações feitas em Bastos e Tupã na casa dos japoneses "traidores da pátria", os makegumi.

Hoje são os blogs patrocinados que "picham" a "casa virtual" dos incrédulos, dos "coxinhas", dos "reacionários", dos "fascistas", dos "makegumi da direita", numa atitude, digamos, .... fascista... e em nome daquilo que o outro lado chama de "petralhas", "mortadelas" e elogios que tais.

Eis a lição interessante do Shindo Renmei para o PT de hoje, que se não cometeu, como aquele, disparos a bala contra descrentes, tendo os trocado por disparos a cuspe, tem todas as características de "ignorância" que marcou a reação aos incrédulos; com a única diferença, entretanto, para o caso japonês - no caso atual ninguém admite a existência de uma derrota e de uma necessidade de construção: todos acham que venceram quando, na verdade, de vitória em vitória, por lado a lado, vemos caminhando na derrota geral de índios contra índios.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Políticos e Bankers

Caderno de Empresas
por Bill Taney

Olá meus fiéis leitores!

Antes de seguir na linha editorial de outrora sobre presentes, gostaria de aproveitar o momentum e falar dessas figuras fantásticas que são os políticos, sobretudo os congressistas.

Essa categoria profissional nasce na mesma maternidade que os bankers, mas por alguma razão, acabam esses seres indo parar em prédios distintos, merecem hoje uma atenção especial deste especialista em mundo corporativo que vos escreve.

Esses dois, mesmo tendo nascido da mesma mãe e indo morar em prédios distintos, um falando mal do outro, temos que convir, tratam-se dos mesmos seres praticamente. São irmãos gêmeos univitelinos.

Senão, vejamos.

Tanto um quanto outro atendem os mesmos clientes.

Ambos tem um salário fixo que não é ruim e são muito parecidos em valores, mas ganham bonificações esdrúxulas e estrondosas que ninguém consegue explicar a razão ou a origem.

Ambos fingem que trabalham e se acusam de vagabundagem.

Ambos têm rotina diária idêntica: acordam tarde, fazem "preguicinha" na cama até umas 10 da manhã. Tomam banho demorado e demoram mais ainda para se arrumar. Usam ternos com belos cortes e gravatas compradas em free shop (Ferragamo, Hermés ou Zegna), mas que nas combinações, acabam resultando em desastre identificável a quilômetros de distância. Ambos já têm 4 almoços marcados para aquele dia com pessoas diferentes (sempre um congressista, um banqueiro, um advogado e um empresário). Para escolher, esperam que alguém dê alguma desculpa para desmarcar, o que normalmente ocorre com 2 das opções confirmadas pela secretária para aquele dia. Entre um e outro, vai ele escolher com quem quer filar a bóia do dia, enquanto que o outro receberá o torpedo de "me enrolei, fica pra próxima", alimentando assim o mercado de balcão dos "bolos em almoço" e girando as "ausências justificáveis" que facilitam as escolhas dos que tomaram o bolo. Fazem o almoço do meio-dia as 15 em restaurante caro (sempre os mesmos estabelecimentos). Quase sempre dizem que estão de dieta mas que abrirão uma exceção e tomarão um Chateau Caraglio naquele dia, porque o interlocutor é especial. Passam as 3 horas e pouco do almoço mentindo sobre si, sobre o Brasil, sobre o respectivo gabinite, sobre tudo, sobretudo. Mas arracam, na mentira do outro lado, algum factóide dourado na forma de "informação quentinha". Essa técnica de obter informação os economizam de ler jornais (ler é chato) e os colocam em vantagem sobre os que lêem: estarão sempre a frente da notícia lida pelo incauto por força de seus superiores contatos. Vão de táxi ou carona até os respectivos gabinetes "espalhar" a notícia-factóide obtida em primeira mão, mas sempre pedindo "reserva" e dizendo que a informação é "em off" ou "só pra você". Repetem a tarde fazendo isso ao vivo, ao fone, por email, por torpedo, por whatsapp. Entram em reunião, sessão parlamentar, town hall ou o cacete que o valha, no fim de tarde ou, em certos casos, entram em um "conference call", "steerring call" e continuam, durante o evento, sem prestar a mínima atenção no que é dito, repassando a "notícia exclusiva" por meio de gadgets grampeados pela Polícia Federal. As 6 da tarde movem as equipes para trabalhar naquela madrugada. No caso dos bankers, pedem uma minuta de contrato asap, urgente; no caso dos congressistas, uma minuta de edital ou um projeto de portaria ou mesmo um contrato na mão inversa. Dada a ordem para fazer algo que, no dia seguinte, não vai dar em nada (essa técnica chama-se de "gastronomia molecular empresarial" - muita espuma e pouco conteúdo, para aplicar no escritório o que aprenderam no almoço sobre o tema), espalham ainda meia dúzia de recomendações, feedbacks ou elogios falsos e seguem para o jantar. Repetem o ritual do almoço e terminam a noite em casa na privada de tampo almofodado ou numa boate qualquer.

A atividade econômica que exercem, item, é a mesma, mas em lados do garfo diferentes.

Podemos notar também que a utilidade da função é igualmente equivalente: só se metem nos assuntos porque detém um monopólio - no caso dos congressistas, algum monopólio legal ou legislativo, no caso dos bankers, algum monopólio funcional que exige, via CVM ou Bacen, a presença de uma instituição financeira, que o banker diz se confundir com ele, assim como o congressista faz o interlocutor confundi-lo com o próprio presidente da república.

Sem eles, o mundo seria infinitamente melhor, mas, convenhamos, muito menos divertido! Eles são os nossos Minions prediletos: serviçais de algum Malvado Favorito e que, de uma forma ou de outra, nos fazem rir, ainda que cobrem caro por isso.

Nunca tiram férias, mas estão sempre viajando (a trabalho, lógico!) - sempre de jatinho, primeira classe, algo que o valha, pago sempre pelo mesmo cartão corporativo do empresário trouxa. Na maioria das vezes levam a família ou a amante ou vice-versa e fazem desse evento de trabalho algo muito mais divertido do que férias com a própria grana (o que explica porque nunca tiram, como os cidadãos normais, as tais "férias do próprio bolso"). E ainda conseguem sempre dizer que estão exaustos de tanto trabalhar, há mais de 10 anos sem tirar férias e por ai vai. Ambos.

Eles dizem que o pouco de bom da nossa economia pode se valer do esforço deles e o muito de ruim, pela atividade do outro, no que estão certos e errados ao mesmo tempo e vice-versa.

Bankers e congressistas, ambos políticos, no primeiro caso de natureza privada, no segundo de natureza pública, sempre se confundem e acabam invadindo a esfera não ocupada pelo outro - já vi bankers que atuam na esfera pública sem o menor constrangimento com que, item, inexiste nos congressistas que atuam com a mesma desenvoltura na esfera privada.

A cada vinte anos lembramos que eles existem e vez o outra, temos que nos socorrer de um impeachment, de uma moratória, de uma Emenda Constitucional, da votação de uma MP, de um downgrade ou de um investement grade enhancement, de um M&A, de um IPO, enfim.... Mas enquanto essas coisas não acontecem, a vida segue nessa rotina, com essas funções e inutilidades práticas que oscilam entre restaurentes e repasses telemáticos de meias-mentiras, seguidas das mesmas viagens nos mesmos vôos, cidades e hotéis e, sobretudo, com os mesmos bônus na casa dos milhões, depositados nos mesmos bancos nas mesmas offshores, todo santo fevereiro...

Maluf Vota SIM

"Pela Imigrantes, pela Trabalhadores, pelo Minhocão, pela Radial Leste, pela Bandeirantes... eu VOTO SIM"....

- Acho que tem um traidor me encochando na fila da merenda....

Editorial

As razões do 17 de abril
por Dom Fernandes III

Nossa ágil cobertura política, há tempos atrás, advertiu que o resultado de 17 de abril seria movido por traição.

Dito e feito: parabéns ao nosso editor de política, o hábil Cícero.

Este Editorial, entretanto, não quer por ora olhar para o futuro. O futuro ao Oráculo pertence.

Cabe agora jogar a "pá de cal" neste tema, estabelecendo aqui as causas que levaram a nossa Presidenta Dilma Vana Roussiffo à situação constatada ontem.

Reafirmamos aqui que o posicionamento deste jornal sempre foi CONTRA O IMPEACHMENT.

Ainda achamos que esse processo contraria a natureza da nossa sensacional mandatária.

E é sobre essa natureza que reinam as causas do resultado de antanho, motivo central do Editorial de hoje.

Nossa Presidenta preside o país com uma característica não tanto incomum, mas certamente difícil de ser encontrada nessa forma pura e cristalina em um único ser senciente humano (nos sencientes não humanos é mais fácil).

E que característica seria essa?

É aquilo que o Doutor Pangloss, nosso Editor do Caderno de Saúde, ensinou, com base em doutrina médica segura, se chamar Estupidez Absoluta.

A Estupidez (com "e" maiúsculo) para muitos é uma doença, para outros um incomôdo, para alguns apenas um traço da personalidade. Para estes últimos, quando misturada com outros elementos, pode até se tornar uma vantagem competitiva em relação a outros seres sencientes (humanos e não humanos).

Vejamos o caso de Forrest Gump. Ele é um estúpido. Isso até faz parte de sua cinebiografia em várias passagens do roteiro. Mas trata-se de uma estupidez impura, pois vai amalgamada com outras características como a pureza de espírito, a bondade, a determinação, a boa memória e, porque não lembrar, no caso desse contador de histórias, a sorte - ele era o homem certo no lugar certo na hora certa. Forrest Gump é um estúpido da mesma estirpe de Raymond Babbit. Diríamos até que são a mesma pessoa, mas feitas de formas diferentes por gênios e agudezas distintas: D. Hofmann e T. Hanks encarnaram, ao seus respectivos gênios, essa estupidez singular. Assim inaugurou esse gênero de "estúpido amável" o intrépido Rocky Balboa, algo como um Raymond Bobbit ou Forrest Gump do boxe.

E por falar em Rocky, há outros casos em que a estupidez é misturada com brutalidade, fúria, revanchismo, tenência e até determinação: John Rambo, esse complexo herói de guerra, é um grande estúpido mas que agrega à sua estupidez algumas características que chegam até a desembocar (vejam que curioso!!) no patriotismo e na compaixão de quem o olha com mais atenção. Vejamos: é o Incrível Hulk quando está verde - Hulk e Rambo são a mesma pessoa, só que um é interpretado a partir da reversão da estupidez de Rocky onde doses elevadas de fúria entram em substituição da pureza de espírito enquanto que o outro é feito por Lou Ferrigno, o imortal (dispensados comentários), tornando hoje esse Hulk apenas possível se feito em computador, tamanha a perfeição dessa estupidez furiosa criada por Lou, o imortal. Maximus Decimus Meridius elevou essa estupidez reativa e vingativa aos padrões estilísticos de um Homero moderno - por um tris Maximus quase nos engana e se faz passar por um não-estúpido. Mas com Maximus a impureza de sua estupidez, misturada a tantos outros elementos, nos faz com que o gênio de Crowe tenha permitido escamotear a estupidez de Maximus ao ponto de passar quase desapercebida.

Há aquela estupidez bárbara, ainda. A estupidez "quase pura" (quasae purius), mas que é ainda misturada terrivelmente com burrice e um pouco de cafajestagem. É o caso de Otis, o misterioso auxiliar de Lex Luthor de Gene Hackman, que orbita (aquele, não este) na mesma linha de Karas, o auxiliar de Doutor Gori. Otis e Karas são a mesma pessoa, com o mesmo grau de estupidez parva que os aproxima das feras, mas, por alguma razão que fingem desconhecer, ainda os deixa entre os humanos (sim, Karas é mais humano do que os "estúpidos puros"): eles estão o tempo todo querendo pensar. Justamente porque são liderados por gênios incontestes (Doutor Gori e Lex Luthor são a mesma pessoa), o esforço de aproximação estratégica causado pela proximidade física gera falhas nas execuções de ordens, alocando-os na categoria dos estúpidos burros. São os estúpidos que fazem tolices porque pensam demais e, nesses casos, pensar não seria o forte deles.

Mas a estupidez de Dilma não é de nenhuma dessas categorias. A ela falta a bondade de Ray ou de Gump, a fúria aquilínea de Rambo ou do Doutor Banner tornado Hulk e, por fim, a genialidade de um condutor como Luthor ou Gori a quem prestam contas de suas cretinices e que poderia faze-la pensar e errar pelo esforço do próprio pensamento inoportuno, tornando-a uma estúpida bárbara.

No caso da estupidez modelar de Gump, não a vemos em Dilma, pois nem o elemento sorte, nem o azar geraram efeito: o lugar sempre será esse e a hora poderá ser qualquer, para quem deseja a presidência (ainda que de uma república "meia boca" como esta, assim tornada ao longo dos últimos 500 anos). Mas dizer que ela foi (está sendo) a pessoa errada para esse espaço-tempo é subestimar as causas relacionadas com a sua Estupidez Absoluta. Ela de fato ostenta de maneira única na história do mundo o que Doutor Pangloss chama de "Estupidez Absoluta". Isso ocorre pois não há nada mais do que a puríssima estupidez em seus atos.

Dilma é verdadeiramente um material orgânico de baixo impacto preenchido única e exclusivamente com estupidez em forma sólida, líquida e gasosa. Tudo por baixo de sua pele é estupidez. Recentemente até se pensou em incluir a estupidez na tabela periódica (Ez119). Diz-se até que o ditador da Coreia do Norte já fez a sua perigosíssima Bomba de Ez para sair soltando por ai. Mas esse é outro assunto. Voltemos à fantástica Presidenta, pois.

Em Dilma não há maldade, não há bondade, não honestidade, não há desonestidade, não castidade, não há prudência, não há tenência, não há ciência, não há sabadoria, não há sapiência, não há raciocínio, não há intenções, não há reações, não há falas, não há pensamentos, não há ações, não há fúria, não há patriotismo, não há direita, não há esquerda, não há centro, não há humor, não há mau humor, não há ortodoxia econômica, não há matrizes econômicas novas ou velhas, não há proteínas, nem fezes, nem secreções... Há a mais pura.... ESTUPIDEZ - Ez119 em estado bruto, puro, organicamente organizado, assentado e manifestante de seus estados cabalísticos e elementares.

Essa estupidez pura e absoluta, em estado tal qual encontrado na natureza na forma mais intacta em sem qualquer mistura, manifesta-se por meio de sons, períodos em português inventados por ela própria, passos e movimentações simples (algumas sob duas rodas, o que mostra ser um estágio avançado de estupidez pura, pois ela é capaz de se equilibrar sob duas rodas alinhadas). Nada mais.

Assim impera a estupidez em grau absoluto e sem misturas humanas ou sentimentais, mas com grande respaldo na "sociedade humana" dos seres sencientes.

Os últimos casos em que esse tipo de estupidez foram estudados, ocorreram em um Pônei de festa junina (aqueles jegues anões que chamamos docilmente de "pôneis") e em babuínos da África Central. Nesses casos houve grande semelhança com Dilma. Os pôneis ficam lá, tirando fotos com quem lhes sobe ao lombo, por ordem do dono. Recebem os quermesseanos no lombo a contragosto, emitem sons, grunhem... mas saem na foto, não arredam pé do cenário da Piazza San Marco pintado no biombo atrás deles, cagam sem sair do lugar, ficam ali ruminando a dieta e esperando o tempo passar. Se alguém vem passar a mão neles, reajem; se passam na frente em seu campo de visão, reajem; se riem em sua proximidade, reajem. É estupidez pura, absoluta, sem maldade nem bondade. Ela ocorre. Acontece. Se manifesta.

Os babuínos também, ficam ali sentadinhos, esperando o tempo passar, curtindo apenas o ciclo interno da renovação da estupidez absoluta. Não fazem nada, não se socializam, mas aceitam andar num certo bando por pura comodidade ("sociedade não humana", no entender de certos estúpidos), emitem sons vez ou outra, olham bravos e fingem doçura quando estão com fome, enfim - estupidez total e sem misturas ou queixumes.

Freddo Corleone, entre nós, esteve bem próximo disso e certamente teria chegado lá se Uncle Michael não o tivesse escalado para rezar Ave Maria no Lake Tahoe.

David Luiz, nosso grande zagueiro, está também próximo da graduação olímpica da estupidez total, ao passo que Felipe Melo seria um ótimo Ministro do Esporte para o finado governo Dilma, dada a similitude de graus de "Estupidez Absoluta" de ambos.

Sabemos todos nós que temos um exemplo assim em nossa cabeça quando saímos procurando cases de sucesso em estupidez: alguma portaria, alguma corporação, alguma aldeia, alguma repartição, algum congressista, alguém da família - enfim, temos lá os nossos exemplos dílmicos de "estupidez absoluta". Mas temos que convir que nesse grau de pureza, só ELA, a nossa Presidenta, foi capaz de atingir sozinha, sem ajuda e com esforços e méritos próprios e exclusivos.

Assim, à nossa mandatária, o nosso parabéns pelo resultado de ontem!!!

Continue assim, Presidenta!!!!!

Claudio a espera no Olimpo quando Vossa Excelência perpetrar a sua final e derradeira Apocolocyntosis Divi Dilmii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!









segunda-feira, 4 de abril de 2016

Dilma está escrevendo um livro!!!

Caderno de Cultura
por Dionísio Crátino

O novo livro de Dilma Russiffu vai se chamar 50 TONS DE GOLPE.

A personagem central deverá ser uma CEO de meia idade e muito poder que gosta de GOLPEAR OS OUTROS e também TER CONTROLE SOBRE TODOS. O nome da poderosa personagem será VANDA R. LEY.

Quando o pau estiver comendo firme, o vítimo da Sra. LEY poderá usar a palavra de segurança: MINISTÉRIO.

A parte sem graça é que, como se trata de um plágio descarado, todo mundo sabe como a história termina:




NA CAPA NÃO!!!

NA CAPA NÃO!!! NA CAPA NÃO, CHEFE; PRA NÃO ESTRAGAR O VELÓRIO....