terça-feira, 1 de março de 2016

PLANO CAOS


Caderno de Economia
Por Lord John C. Caos

Desde que cheguei ao Brasil, quando deixei a América em Depressão nas mãos de Roosevelt, tenho visto muitos debates interessantes nesta terra de tantas virtudes e alegrias.

Mas nenhum dos debates que testemunhei até hoje chegam aos pés do bate-boca que tenho presenciado diariamente na Redação deste prodigioso Folha da Madrugada, que completa este ano o seu 517º aniversário.

Meus meninos na fiel defesa de seus pontos trouxeram-me a vitalidade que já havia esquecido desde os últimos disse-que-dizem daquele longínquo Plano Real.

Hoje está mais do que provado que aquele Plano Real era uma falácia, um engodo, um projeto de desastre que se concretiza neste ano, em que os números comprovam que tudo é culpa do Real.

Voltando aos meus meninos, enquanto um defende uma política ortodoxa de juros e até nota a possibilidade de uma dominância fiscal, nos dá uma bela aula sobre o New Deal, mostrando o que ele não foi, para dizer o quanto o outro, que defende o aumento do gasto da máquina pública como solução, é um erro. E vice-versa. Um vê no outro o erro que lhe é próprio.

Mas nenhum sabe ao certo qual é a solução.

Eu gosto dos meus meninos.

E gosto deles porque quando entro na discussão, eles me ouvem e dizem... “claro!!! Por que não pensei nisso antes?”.

E sabem a razão pela qual eles tratam o seu Editor Chefe assim? Pelo simples fato de que eu sou o único economista de verdade que viveu tudo isso.

Eu vivi o New Deal, sobrevivi à reconstrução do Japão do pós-Guerra e da Novíssima Matrix Economix do Xerebequistão, às crises do petróleo, da bauxita e do potássio, às epidemias do Século XX e, aqui no Brasil, eu sobrevivi à bala perdida da primeira tentativa de suicídio de Vargas, aos avanços das esquerdas para a direita e das direitas para a esquerda, ao regime Militar Ditatorial Revolucionário Repressivo, à infecção hospitalar que contraí de Tancredo, à sarna que me passou Sarney, ao Plano Cruzado, Cruzeiro Novo, ao Plano Direto, ao Plano Gancho, aos Planos Bresser, Verão, Inverno, Outono, Collor 1, Collor 2 e tenho sobrevivido ao Plano Real, ao Plano Virtual, ao Plano Temer 1, Temer 2, ao Plano Renan, ao Plano Dilma 1, à Nova Matriz Econômica, ao Plano Cunha e, ao fim e ao cabo, ao Plano Dunha e digo que todos, como este último, assim como meus meninos, tem o péssimo hábito de, ao formular planos, sempre olhar para trás.

No caso do Plano Dunha até me parece justificável ficar de olho atrás, mas chega a hora de olhar para frente, seja porque o dedo é fino e bem esmaltado, seja o alarme digital é falso!

E essa hora é agora.

E a pessoa a fazer isso sou eu, pois eu vim de todos esses passados e tendo sobrevivido a todos, e só eu posso salvar o país da crise em que se encontra. Mais ninguém! Eu sou o salvador!

Pois estar em crise é olhar para frente!!!

Olhemos para o futuro, pois o Brasil é o país do futuro.

Conciliando os meninos, seguem aqui bases para um plano visando tirar o país da crise e reinserí-lo em seu devido lugar, o futuro!!!

Comecemos admitindo que ambos estão certos e errados ao mesmo tempo, pois começam por detalhes quando deveriam olhar para o “macro da coisa”.

Pontualmente, sugiro:

1 – Na Economia: Política de Juros
Os juros devem ser negativados por lei. Uma simples reforma constitucional revolucionária deve acabar com esse conceito equivocado de juros. Trata-se de uma ideia arcaica que precisa ser superada, essa historieta de gerar riqueza com juros positivos. O contrário é que faz sentido – o que deve gerar riqueza são os juros negativos. Vamos alterar o artigo 192 da Constituição e adotar este regime: “O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses exclusivos do Governo, em todas as partes e Partidos que o compõem, será regulado por meio de decretos presidenciais e medidas provisórias de caráter permanente e perpétuo, devendo, as partes que o compõem se sujeitarem ao regime compulsório de juros negativos. Parágrafo Único. A cobrança de juros acima de zero será considerada crime contra a segurança nacional e sujeitará a Instituição Financeira a dissolução compulsória com perda de seus recursos depositados integralmente a favor dos partidos que compuserem a base do governo, cuja divisão do bolo caberá de forma discricionária ao titular da Presidência da República ou ao titular anterior, quando o atual for beneficiário de ‘capital eleitoral’ do Presidente anterior”. Vejam, essa regra simples, limpinha, clara, democrática, cristalina e benéfica irá incutir na cabeça do brasileiro que “se me emprestar dinheiro, vai, por lei e pela constituição, obrigatoriamente receber menos do que me emprestou”. Não estaremos inovando, pois vários países já praticam a política dos juros negativos, dentre eles, o portentoso Japão. Com essa política, a discussão de juros e essa perda imensa de tempo, papel e saliva acabará definitivamente. Com a implementação dos juros negativos perpétuos, automaticamente iremos desindexar a economia de forma perene, definitiva e derradeira. Como? Simplesmente acabando com todos os índices. Todos sabemos que o que gera inflação não são os preços. O que gera inflação é o maldito do IPCA, do IPG-M, dos IGPs da vida, dos IPCs e demais siglas vis e repugnantes. Acabando com essas siglas e índices todos, acabar-se-á magicamente com a inflação, pois a inflação vem dessas medições. Acabando as medições, automaticamente acabam-se as medidas.

2 – Na Economia Política: o Gasto Público
É óbvio que o gasto público tem que aumentar. Se não houver imposto suficiente, que se imprima dinheiro! Não há coisa mais falaciosa do que emitir títulos e trocar por dinheiro alheio, se podemos, nós mesmos, imprimir nosso dinheiro e distribuir diretamente na máquina pública, sem as burocracias da contabilidade criativa, que tanto amolam quem quer crescer. E vejam, imprimir dinheiro não fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, oras! Por outro lado, o gasto público não poderá ser voltado para obras e essa coisa cafona de PAC ou projetos de infraestrutura. Deverá ser prioritaria e integralmente voltado para o pagamento de proventos de pessoas ligadas ao Estado. As obras continuarão todas na iniciativa privada e o gasto público se concentrará em pessoas, empregos, enfim – vamos resolver o problema do emprego!!! Para isso, algo importantíssimo será acabar com os concursos públicos. Uma reforminha no artigo 37, II da Constituição bastará. Eis a proposta: “a investidurá em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia do chefe do cargo segundo seus critérios pessoais e partidários, mantendo-se a estabilidade vitalícia e o regime da responsabilidade geral do funcionalismo público”. Os demais incisos devem ser revogados todos. Vejam, ao governo não caberá nenhuma função econômica direta, podendo todos, da administração direta ou indireta, se dedicarem com total esforço na administração e gestão das burocracias, dando ordens uns aos outros e resolvendo os conflitos de competências e atribuições, estando assim, todos, de maneira uniforme, empregados e ocupados. Aos poucos que optarem ficar do lado de fora do Estado, um regime diferenciado lhes esperará. Para os que ficarem “do lado de cá do Estado”, um outro ponto importante “cross-referenciado” no artigo proposto é o regime da responsabilidade geral do funcionalismo público. Para isso, todos os parágrafos ao artigo 37 devem ser revogados e substituídos por este: “as pessoas investidas nos cargos públicos são invioláveis e sagradas e não estão sujeitas a responsabilidade alguma”. Essa medida irá permitir que o funcionalismo exerça a ponderada moderação na sociedade civil e, ao mesmo tempo, irá iniciar uma vasta diminuição da população carcerária, com altas chances de zerá-la no médio prazo, restando apenas na cadeia os maléficos e hediondos usurários que infringirem o novel artigo 192 da Constituição e a Lei de Segurança Nacional e ousarem cobrar juros positivos daqueles a quem visarem emprestar dinheiro.

3 – Ainda a Economia Política: Outras formas do Gasto Público
O Estado precisa entrar em acordos com o Mercado. Apenas com a inteiração entre Estado e Mercado é que uma Economia flui de verdade. Não é necessário que nem um, nem outro, trabalhem – basta que estejam ocupados em algo que em menos de três meses, teremos as taxas de desemprego zeradas. Entretanto, a lei tem obstáculos muito bregas que impedem que essa relação se dê de forma plena. Temos lido teses jurídicas arrojadas e assentamos que um correto projeto para o país passa pela revogação da Lei das Licitações, que se torna inútil quando reformamos o artigo 37 da Constituição e extirpamos todos aqueles incisos inúteis, sobretudo o XXI. Entretanto, para que tudo fique bem claro, propomos dois parágrafos ao artigo 37 nestes termos: “§1º - Os órgãos públicos de maneira geral poderão criar departamentos, seções, repartições, sub-orgãos, pastas, comissões, ministérios, secretarias, autarquias, agências, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, agregada ou de economia segregada, limitadas, sociedades civis, simples, complexas, em comum, em conta de participação, sociedades de gaveta, sociedades fantasma, consórcios, parcerias, associações, sociedades de propósito específico, sociedades de propósitos quaisquer, holdings puras ou impuras, previstas em lei ou não (inclusive as vedadas, proibidas ou imorais segundo a lei, a constituição ou as bulas e encíclicas Papais) ao seu bel prazer e dentro das conveniências do chefe, ficando totalmente livre para contratar novos funcionários no salário que bem entender bem como prestadores de serviço e fornecedores de bens ou de qualquer outra coisa, segundo critérios de conveniência própria do chefe ou de quem estiver de plantão contratando”. Agregaríamos ainda este outro parágrafo: “§2º - As contratações em geral, bem como as específicas e as aleatórias ou randômicas, sobretudo as de obras, serviços, compras e alienações obedecerão estritamente às portarias, instruções normativas, regulamentos, ofícios, regras, regrinhas, costumes, procedimentos, hábitos, vícios, ordens verbais e escritas, bem como as ordens não escritas e meramente pensadas, emitidas por quem quer que integre ou venha a integrar o órgão contratante”. Essas medidas visam à desburocratização absoluta do Estado, à descentralização administrativa, à celeridade nas relações (o brasileiro gosta mesmo é de uma relação rapidinha e detesta as preliminares, por sua burocraticidade). Busca-se uma administração voltada para resultados, algo que há tempos o Brasil vem carecendo. E mais: eliminamos a desconfortável discussão sobre privatização da PETROBRÁS, pois, nesse regime vencerá o bordão "Para a PETROBRÁS tanto faz...".

4 – A Política da Economia: reforma Trabalhista
Temos que decretar o fim da CLT. Temos que aproveitar que o artigo 61 da Constituição não declarou os incompreensíveis artigos 6º e 7º como cláusulas pétreas e simplesmente revogar aquele amontoado de regras inúteis e incompreensíveis. Temos que ter em mente a realidade que vivemos hoje. E essa realidade é o rodízio de placas com final 1-2 (2ªs feiras), 3-4 (3ªs feiras), 5-6 (4ªs feiras), 7-8 (5ªs feiras) e 9-0 (6ªs feiras). Isso obriga muitos a terem que trabalhar mais do que o necessário ou mentirem para chegar atrasados, ocupando espaço e tempo desnecessário nas firmas, nas repartições e nos ofícios oficiais e oficiosos. Temos que admitir que a revolução trabalhista no Brasil começou com o Rodízio de Veículo nas Capitais e Marginais! A legislação trabalhista tem que se adaptar, então, ao RVCM de modo que ninguém será demandado ao trabalho antes das 10,30hs e não poderá permanecer na repartição ou escritório após as 16,30hs, cujas portas automáticas se fecharão, sendo abertas apenas a meia noite para os que ficaram no escritório ou repartição para a prática da irrumatio laboribus, fututio laboribus, pedicabo laboribus ou da tergeo laboribus, únicas razões aceitas para permanência no escritório ou repartição após o horário do RVCM. Com essa redução da carga, sobrará trabalho para que outros sejam contratados e aqueles desafortunados que não têm amigos no governo, ficarão livres para buscar alternativas no Mercado. Com o fim da CLT, ninguém mais será contratado mediante contrato de trabalho e todos ingressarão nas firmas por meio da compra de uma ação. Não haverá mais RH e nem área de recrutamento; somente as áreas de Relação com Investidores (de preferência, com atuação remota). Basta que as pessoas comprem ações e se dirijam as empresas para ver o que conseguem fazer para ajudar o patrão (que é quem eventualmente tem mais ações), que por sua vez se ocupada para ajudar algum órgão do governo. Simples assim. Se no fim entrar recursos, os auxiliares de mercado (vamos chamá-los assim e extinguir os termos “empregados”, “trabalhadores”, “funcionários” e sinônimos horrorosos afins) receberão seus trocados na forma de dividendos, que poderão ou não ser distribuídos de forma disfarçada. Assim ficaremos livres para alterar o artigo 92, inciso IV e os artigos 111 a 116 da Constituição e desburocratizar mais ainda essas relações de trabalho, transformando todos os párias em capitalistas, em acionistas, em titulares de direitos segundo a Lei 6.404/76! Nada de CLT! Vamos todos para a Lei das S.A. e o problema do emprego estará resolvido. Nunca mais precisaremos do CAGED para ficar monitorando quantas carteiras assinadas temos ou deixamos de ter. E assim, um documento a menos para apresentar na hora de tirar passaporte ou pedir visto para os EUA! E mais: é o fim da luta de classes e desse assunto, aberta exceção apenas para o exercício do livre fanatismo (veja o item 6 abaixo).

5 – Ainda a Política da Economia: a reforma do Direito Civil Geral
Há uma coisa caipira neste Brasil que é deixar o Código Civil restrito para a contratação entre particulares. Como essa contratação, no regime que proponho, tende a acabar, temos que reutilizar essa norma linda e poética para as relações jurídicas que sobrarem, a saber, as relações entre os particulares e os funcionários públicos, sejam entre si, sejam cada qual representando suas respectivas pessoas jurídicas, órgão, secretarias, etc, etc, etc, sem qualquer limite ou pudor. Isso nos levará à revogação dos artigos 317 e 333 do Código Penal e seus tipos conexos et caterva, para sevinserir no Código Civil um Parágrafo Único ao artigo 693 a seguinte regra “Os pagamentos de comissões e propinas decorrentes de contratações previstas no art. 37, §2º da Constituição deverão se dar exclusivamente no regime contratual previsto neste Capítulo, sendo inaplicáveis a esse tipo de pagamento de propina, comissão, pixuleco ou acarajé os artigos 696, 698 e 706 (este, porque é horrível e inconstitucional)”. Podemos ainda pensar, alternativamente, para que não caia em desuso, em um regime alternativo para que as partes optem pelo pagamento da propina por meio do artigo 693 ou por meio do 722 do Código Civil, mas se queremos desburocratizar e fazer com que tudo possa ser pago pelo mero preenchimento de “contratos formulários”, o ideal é termos um contrato só e o outro que se foda. Se quisermos dar um “ar democrático”, é possível admitir dois tipos de contrato, que serão impressos em formulários de cores diferentes e cuja escolha (essência da democracia!!!) caberá às partes: formulário rosa (comissão) ou formulário verde (corretagem).

6 – Política Social: o Fanatismo
Falta ao Brasileiro um pouco mais de genuíno fanatismo. O brasileiro exerce falso fanatismo pois logo troca suas preferências por algo mais da moda. É necessário estimular o genuíno fanatismo, aquele vai com a pessoa pelo resto da vida e rege, inclusive, a sua forma de se vestir e a forma de decorrar a Sua Casa e a Sua Vida. O fanatismo genuíno faz com que o cidadão não fique focado nas questões que cabem exclusivamente aos economistas resolverem deixando-nos em paz para cuidarmos do que interessa, enquanto eles se ocupam do objeto do fanatismo, algo importantíssimo para girar a economia também. Assim, deverá ser obrigação de cada brasileiro exercer um fanatismo. Poderá ser em relação a um time de futebol (preferencialmente sempre), uma religião (isso também ajuda muito), uma associação ou um clube (algo como uma entidade exotérica ou ritualística), uma série de TV, uma ou várias personagens (de preferência os criados ou adquiridos pelos Studios Disney©), uma ideologia (essa também é ótima, desde que não leve a reflexões muito profundas sobre o que estamos fazendo, de preferência se for o debate entre “luta de classes” e o “livre mercado”), uma dieta, uma causa social (esta também é ótima e pode envolver todos os assuntos mirins que não afetem o que estamos fazendo que possa envoler cães, gatos e minorias majoritárias ou ainda temas como 99Táxis X Uber), uma doutrina econômica (semelhante ao que fazem os meus meninos), uma doutrina jurídica, uma doutrina religiosa, uma doutrina de vida (tipo uma crença semireligiosa, um grupo semiterrorista protoislâmicopentecostal, uma vanguarda revolucionária a pé ou de ônibus), uma corrente literária, um esporte (não precisa praticar, basta ficar conectado e opinar sem ser perguntado), o BBB, uma novela, uma marca de carro, um lugar de diversão, uma atividade física (de preferência pedalar), um evento seja ele personificado ou não (tipo Carnaval, um Trio Elétrico, Natal, Passeata Gay, Papai Noel, Halloween, Passeata das Vadias, Saci Pererê, Passeata da Maconha, Ovnis, a volta do Salvador, a Morte de Elvis, Passeata Fora Dilma, a chegada do Homem a Lua, Passeata "Não Vai Ter Golpe", Blog - Ciclovia Eu Sou A Favor, hashtagciclonazistas), uma escola de samba, um ou vários músicos, um gibi, um cosplay, uma posição sexual, uma tara, uma opção sexual, uma pessoa (morta, viva, semi morta, existente, inexistente, fictícia ou semi friccional, desde que acalente o sentimento fanático), uma Teoria Conspiratória (se for de natureza política, melhor ainda), um assunto (ser monotemático é uma das formas mais brilhantes de fanatismo pós-moderno, tal como falar da Dilma o tempo todo ou ser meramente fofoqueiro em relação a um grupo, uma pessoa ou ambiente de convívio), uma marca de roupa, sapatos, bolsas, cosméticos, blogs, apps, marcas de gadgets, um shopping center, uma comida, um restaurante, uma bebida, um vício, um entorpecente (pode ser Maria Joana, de preferência, podendo se discutir com aplausos os seus benefícios e o quanto ela faz menos mal que o onanismo-de-mão-esquerda-dormente) – enfim... A constituição se encerraria no artigo 193 (revogando-se todos os seguintes), que assumiria a seguinte redação: “A ordem social tem como base o primado do fanatismo e como objetivo o bem-estar e aquietação sociais”, com a extinção não apenas do regime da previdência e da seguridade social, mas sim com o término dessa discussão enormemente chata de sua reforma. Acabe-se logo com tudo e paremos de discutir remendos que se apelidaram de reformas! Para a vida, uma pessoa não precisa de aposentadoria, mas algo a se apegar até o leito de morte. E isso só a democracia que proponho pode dar, pois “a democracia se exalta no fanatismo”, já dizia o profeta Jeremias. A varidade de escolhas é tão infinita no fanatismo que não há outra forma mais acabada e leal de exercício das vontades democráticas do que um bom e bem exaltado fanatismo. O fanatismo dá uma razão de vida ao cidadão e faz com que os operadores da Máquina Estatal possam fazer as reformas e projetos necessários para que ele, cidadão, fique em paz com seu fanatismo. Sem fanatismo não há país livre. Um país que não estimula o fanatismo escraviza seus cidadãos e os torna alienados! Um país sem fanáticos é um país de alienados e escravos. Ao conectar-se com paixões irrestritas e irracionais a um desses inúmeros itens, o cidadão sente um grande frescor de liberdade na pele. Quando então o cidadão é capaz de se concetar com paixão irrefreável e tresloucada a DOIS OU MAIS itens, incluindo mas não se limitando aos citados acima, saiba, leitor, que você estará diante de um GÊNIO, de um ESPECIALISTA.

Com este plano, o Brasil sairá da crise para o Progresso!!!

E com Ordem!!!

VIVAT!
VIVAT!
VIVAT!