quinta-feira, 31 de março de 2016

EXCLUSIVO: DILMA ENVOLVIDA COM MORTADELAS

A ajuda é tão grande que nem cabe na boca 


 Vamos voltar pra saúde?
Depois que o Obama tomou Cuba, o que vamos fazer com os paramédicos da ilha?

Depois dessa imersão na mortadela, vou precisar voltar pra saúde mesmo...
...e na qualidade de paciente número 1


segunda-feira, 28 de março de 2016

A verdadeira razão das coisas

Caderno de Assuntos Menores
por Eugênio Villa

Assim como o Metrô de São Paulo serve para lembrar a crise do setor automobilístico;

Assim como a feijoada serve para nos lembrar que ainda há ruas de paralelepípedo em São Paulo;

Assim como a dengue serve para nos lembrar que os hospitais são fuleiros;

Assim como Romeu serve para nos lembrar que Julieta morreu virgem;

Assim como Sócrates serve para lembrar que Platão foi um gênio;

... o PMDB serve para nos lembrar: o que estamos fazendo sentados aqui?

PESQUISA: PERFIL DAS PASSEATAS

Fonte: Instituto de Pesquisas Bola Preta

Estivemos presentes em TODAS as passeatas.

Entrevistamos TODOS os participantes.

Não trabalhamos por amostragem.

Amostragem é técnica de Instituto de Pesquisa Preguiçoso.

Identificamos e mapeamos o perfil das pessoas que foram à rua protestar.

99.86% das pessoas demonstraram o mesmo prefil: TODOS DIZIAM SER CONTRA A CORRUPÇÃO INDEPENDENTEMENTE DO PARTIDO, MAS TODOS ESTAVAM LÁ POR CAUSA DE UM PARTIDO, INDEPENDENTEMENTE DA CORRUPÇÃO.

Os demais compareceram em dois blocos distintos: 0,04% NÃO TINHAM OUTRA COISA PARA FAZER.

0,1% ainda se fez presente por causa do BOATO DA MORTADELA.

A margem de erro de nossa pesquisa é de zero pontos percentuais para cima, para baixo, para o lado esquerdo e também para a direita.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Cruyff

Caderno de Esportes
por Pataca

Nossa homenagem ao gênio do esporte bretão em uma frase genial sobre o esporte:

Se for para ser atropelado, que seja por uma Ferrari
Johan Cruyff, após a derrota do seu Barcelona na final do Mundial para o São Paulo de Telê Santana

Oi Querido!!!

- Boa tarde, Dona Délma!

- Oi querido! Você por aqui?

- Pois é...

- Mudei seu bordão, querido: você era o "rouba mas faz", mas eu e a turma fizemos uma "revolussão" - é a do "rouba e não faz porra niuma..."

- Hahahahahaha... Dona Délma, conte comigo no empétchiman!!!



Chatice

Caderno de Assuntos Menores
por Eugênio Villa

"... o preço do trabalho, como de toda mercadoria, é igual ao custo de sua produção. Portanto, a medida que aumenta o caráter enfadonho do trabalho, os salários decrescem" (K. Marx & F. Engels, "Manifesto Comunista").

Pois é, Marx... De fato, Engels... Eu também concordo - trabalhar é chato pra cacete, principalmente quando se ganha mal...

O Mistério das Mesas

Caderno de Decoração
por Karl Marx

"À primeira vista, a mercadoria parece ser coisa trivial, imediatamente compreensível. Analisando-a, vê-se que ela é algo muito estranho, cheia de sutilezas metafísicas e argúcias teológicas (...). Modifica, por exemplo, a forma da madeira, quando dela se faz uma mesa. Não obstante a mesa ainda é madeira, coisa prosaica, material. Mas, logo que se revela mercadoria, transforma-se em algo ao mesmo tempo perceptível e impalpável. Além de estar com os pés no chão, firma sua posição perante as outras mercadorias e expande as ideias fixas de sua cabeça de madeira, fenômeno mais fantástico do que se dançasse por iniciativa própria. Nota: Quando o mundo parecia estar tranquilo, recorde-se, a China e as mesas começaram a bailar, pour encourager les autres" (O Capital, Vol. 1, Livro 1, Parte 1, Capítulo 4).







quarta-feira, 23 de março de 2016

Cadernos da Presidência

Caderno de Literatura
Por María Guertas-Abellán García

Em breve, FHC promete lançar o seu segundo volume dos "Diários da Presidência".

Foram produzidos a partir de gravações, ou, como diziam no tempo da minha bisavó, audio tapes.

Por curiosidade, notamos que a palavra "Lula" é mencionada 38 vezes nos diários de FHC.

Nos Diários de Lula, que resumem o seu trabalho por meio das gravações feitas com a ajuda da Polícia Federal, a palavra "cu", coincidentemente, é mencionada o mesmo número de vezes.

Pedido de Impeachment bem fundamentado!

Caderno de Legislação e Assuntos de Vara, Corte e Grampos
por Clóvis Hauser (estagiário com OAB e anel de formatura!)

Recebi pedido para pesquisar nas bases um pedido de impeachment bem fundamentado que possa ser usado contra a Presidanta Dilma Roussiffu. A ideia seria ajudar o Doutor Miguelzito, o Doutor Bicudinho e a Doutora Janaína.

Pesquisei, pesquisei, pesquisei como um estagiário...

Fui a fundo como um navio sonda!!!

Alcei vôos mais altos do que um jatinho da Presidência!!

Corri mais do que se Usain Bolt fosse deputado do PV...

E finalmente, como se fosse um dileto membro das forças policiais federais escarafunchando as Gavetas do Poder, eu achei!

Achei o pedido perfeito, acabado, conciso, heróico, poderoso, lancinante, preciso, jurídico, legal, filosófico, constitucional, frutífero, leguminífero, despretensioso, contagiante, alegre, forte e, porque não dizer, iluminado e popular!!!! Ei-lo em poucas palavras... Com poucas e boas provas.... Aquelas provas cabais e irretorquíveis que dão medo até em uma Escadinha Congressista!

Com exemplos admiráveis e metáforas supremas...

Como se tira da cadeira...

... Um presidente vacilão:


Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara dos Deputados:

Celso Antonio Bandeira de Mello, divorciado, advogado e professor universitário, com domicílio em São Paulo (SP), na Avenida Paulista, n° 1499, 5° andar, conjunto 505, Dalmo de Abreu Dallari, casado, professor universitário, residente e domiciliado em São Paulo, na Rua Doutor Esdras Pacheco Ferreira, n° 95, Fábio Konder Comparato, casado, professor universitário e advogado, residente e domiciliado em São Paulo (SP) na Rua Bennett, n° 349, Goffredo da Silva Telles Júnior, que também se assina Goffredo Carlos da Silva Telles, casado, professor universitário aposentado, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Avenida São Luís, n° 268 - 13° andar, e Paulo Bonavides, casado, professor universitário aposentado, residente e domiciliado em Fortaleza (CE), na Avenida José Artur de Carvalho, n° 2810, casa 281, todos cidadãos brasileiros, no pleno gozo de seus direitos políticos (docs. n° ), vêm, com fundamento no disposto no art. 85 - 11 da Constituição Federal, e no art. 6° - 11 da Lei n° 1.079, de 10 de abril de 1950, denunciar o Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:





"Todas as crises, que pelo Brasil estão passando, e que dia a dia sentimos crescer aceleradamente, a crise política, a crise econômica, a crise financeira, não vem a ser mais do que sintomas, exteriorizações parciais, manifestações reveladoras de um estado mais profundo, uma suprema crise: a crise moral."
Rui Barbosa, Ruínas de um Governo.



1- A essência dos crimes de responsabilidade, enunciados no art. 85 da Constituição Federal, é indubitavelmente de natureza ética. Quando o supremo mandatário da nação desonra-se, a ponto de atentar contra a existência da União, o livre exercício dos Poderes constitucionais, os direitos fundamentais do homem e do cidadão, a segurança interna do País, a probidade da administração, a lei orçamentária, ou o cumprimento das leis e das decisões Judiciais, é porque desceu à ignomínia do perjúrio, ao quebrar, conscientemente, o compromisso solene prestado por ocasião de sua posse: "manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a Independência do Brasil" (art. 78).

Por isso mesmo, em rigor, a multiplicidade dos crimes definidos na Lei n° 1.079, de 10 de abril de 1950, imputáveis ao Presidente da República, acha-se compendiada num só delito, de natureza infamante: "proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo" (art. T, alínea 7). [sic]

É, pois, com imensa tristeza e sincero constrangimento que os denunciantes sentem-se moralmente obrigados a bater às portas da Câmara dos Deputados, órgão representativo do povo brasileiro, para pôr em acusação, por crime de responsabilidade, um cidadão que, por duas vezes e sucessivamente, foi eleito pelo povo para governar o País e representá-lo perante os demais povos. A suprema sanção que ora se pleiteia contra o denunciado não tem outro objetivo, senão o de defender a honra nacional, separando moralmente o mandatário perjuro do povo mandante, por ele ofendido.

2.- Como foi largamente divulgado pelos meios de comunicação de massa, a Mesa do Senado Federal recebeu um requerimento de instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito sobre fatos apontados como caracterizadores de corrupção no selo da administração federal, tanto direta quanto indireta. 0 requerimento foi subscrito por 182 (cento e oitenta e dois) deputados e 29 (vinte e nove) senadores.

A reunião do Congresso Nacional, destinada a criar oficialmente a referida Comissão Parlamentar de Inquérito, foi convocada para realizar-se no dia 16 de maio do corrente ano. No dia 10, porém, o expediente da Presidência do Congresso foi prorrogado até às 24:00 (vinte e quatro horas), a fim de permitir que as lideranças do Governo fizessem a entrega oficial de documento, comprobatório de que 20 (vinte) deputados, signatários do requerimento de instalação da Comissão, haviam se retratado e pediam fossem seus nomes desconsiderados.

Da mesma forma, os meios de comunicação de massa divulgaram amplamente, tomando-o fato, por conseguinte, público e notório, que todos os desistentes acabavam de ser contemplados, pelos órgãos do Governo, com assinaladas vantagens, consistentes na liberação de verbas orçamentárias, correspondentes a obras de interesse de suas bases eleitorais. Os recursos financeiros, destinados ao atendimento dessas liberações de verbas, concentrados na Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano, são administrados pela Caixa Econômica Federal.

Segundo noticiado nos jornais, em especial em 0 Estado de São Paulo (doc. N°), órgão insuspeito, pois condenou expressamente a proposta de instalação da C.P.I., os recursos assim despendidos, até o dia 11 de maio p.p., somavam a expressiva quantia de R$78.500.000,00 (setenta e oito milhões e quinhentos mil reais). Somente no dia 11 de maio, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano destinou R$ 18.400.000,00 (dezoito milhões e quatrocentos mil reais) à liberação dessas verbas, cifra essa superior ao total desembolsado pela Secretaria nos quatro primeiros meses do ano (doc. N°).

3.- Dispõe a Constituição Federal em seu art. 85 - I que o Presidente da República comete crime de responsabilidade, quando atenta contra "o livre exercício do Poder Legislativo".

Ao definir tal crime, a Lei n° 1.079, de 10 de abril de 1950, dispõe, em seu art. 6°, segunda alínea, que uma de suas modalidades consiste em: "2 - usar de violência ou ameaça contra algum representante da Nação para afastá-lo da Câmara a que pertença, ou para coagi-lo no modo de exercer o seu mandato, bem como conseguir ou tentar conseguir o mesmo objetivo mediante suborno ou outras formas de corrupção."

Atente-se para os amplos termos em que é vazado o dispositivo legal. A Lei n° 1.079 refere-se aí, largamente, a "suborno ou outras formas de corrupção"; vale dizer, não limita a caracterização do tipo delituoso somente à oferta de dinheiro, de modo direto, ao parlamentar. Quaisquer vantagens de natureza patrimonial, suscetíveis de beneficiá-lo, direta ou indiretamente, são abrangidas pela definição legal.

Da mesma forma, a influência corruptora não está ligada, tão só, ao exercício do voto, mas a toda e qualquer modalidade de cumprimento do mandato parlamentar, como é, indisputavelmente, o requerimento de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito.

Finalmente, a lei equipara, para efeitos punitivos, a simples tentativa à consumação do ato de se determinar, mediante suborno ou qualquer outra forma de corrupção, o comportamento de algum representante do povo no Congresso Nacional.

4.- Ora, a oferta de liberação de verbas orçamentárias, correspondentes a emendas apresentadas por parlamentares, e destinadas à realização de obras públicas de interesse de suas bases eleitorais, constitui, indubitavelmente, uma apreciável vantagem pessoal daquele que depende do voto popular para obter a renovação de seu mandato.

Quando essa vantagem é oferecida pelo Governo, com o objetivo de obter a retratação do parlamentar em requerimento de instalação de comissão de inquérito sobre alegados fatos de corrupção na esfera governamental, a relação de comutatividade ressalta às escâncaras: é o "dá lá, toma cá", típico dos negócios de compra e venda ou de troca.

5.- Nem se alegue que o Presidente da República permaneceu alheio ao episódio, como se o assunto não lhe dissesse respeito.

Em primeiro lugar, Sua Excelência, em profusas e reiteradas declarações públicas, fez questão de condenar a projetada comissão parlamentar de inquérito, taxando-a, ora de inútil, ora de extremamente prejudicial ao País. Concomitantemente, o Ministro da Previdência Social buscava entendimentos com o Senador Antonio Carlos Magalhães para obter a retratação de deputados a ele ligados, os quais haviam assinado o requerimento de instalação da comissão, enquanto o Ministro do Trabalho afastava-se de seu cargo e reassumia sua cadeira na Câmara dos Deputados, com objetivo declarado de votar contra a aprovação do requerimento.

Em suma, o vasto empreendimento, visando à retirada de assinaturas no pedido de instalação da comissão de inquérito, empreendimento esse que um órgão de imprensa chegou a caracterizar como "megaoperação" (doc. N° ), foi levado a efeito, de forma concertada, por Ministros de Estado, altos funcionários ligados à Presidência da República e pelos líderes do Governo nas duas Casas do Congresso.

Seria, portanto, ridículo, para dizer o mínimo, pretender que o Chefe de Estado ignorou, o tempo todo, o desenrolar de uma complexa e trabalhosa operação, praticada no interesse do Governo por ele chefiado.

6.- Diante do exposto, os signatários vêm denunciar o Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, como incurso no disposto no art. 6° - 1 da Lei n° 1.079, de 10 de abril de 1950, requerendo a Vossa Excelência que, nos termos do art. 19 do mesmo diploma legal, bem como do art. 218 do Regimento Interno da. Câmara, seja a presente denúncia lida no expediente da sessão seguinte à data de seu recebimento, e despachada à comissão especial aí prevista, a qual deverá sobre ela opinar, prosseguindo-se em seguida na conformidade do disposto na citada Lei n° 1.079 e no Regimento Interno dessa Casa Parlamentar.

Termos em que,

Pedem Deferimento.

Brasília, 18 de maio de 2001

Celso Antonio Bandeira de Mello

Dalmo de Abreu Dallari

Fábio Konder Comparato

Goffredo da Silva Telles Júnior

Paulo Bonavides

terça-feira, 15 de março de 2016

Album Review: Grey Heavens by Omnium Gatherum

Caderno de Cultura
por Dionísio Crátino

A banda finlandesa de canções para ninar, Omnium Gatherum, lançou esta semana seu sétimo album de estúdio intitulado Grey Heavens.

Destaque para a faixa Ophidian Sunrise.

Ao contrário do que muitos pensam, nem sempre os ofídios morrem com um golpe certeiro na cabeça. Alguns, dentre eles os peçonhentos, resistem aos mais duros golpes.

O que mata, diz a música, é a memória.

Veja este trecho:

Though a countless lives away
There is not a day
We did not learn to live


Golpe


Caderno de Política
Por Cícero Esdras Neemias

Eu tinha, tal qual meu amado editor chefe e Diretor de Redação, alguns outros planos para a coluna desta semana.

Estava gostando daquela história de falar sobre coalizão.

Muito porque o próprio ex-presidente, em depoimento na Polícia Federal, explicou como funciona o mecanismo:

Delegado da Polícia Federal:- Como eram realizadas as nomeações de diretores da Petrobras?Declarante:- Eu vou repetir o que eu já falei, não apenas o diretor da Petrobras, qualquer diretor ou qualquer pessoa que vai trabalhar no Governo Federal, quando você ganha uma eleição, eu vou explicar, quando você ganha uma eleição, sozinho, são as pessoas do partido majoritário que escolhem. Escolhem o Delegado Geral da Polícia Federal, escolhem o Superintendente se quiser escolher o Superintendente, escolhem o Procurador Geral da República. Tudo isso é o presidente que faz. Quando você trabalha numregime de coalizão, você sai de uma coalizão e você coloca ministros de vários partidos pra governar. Cada ministro e cada líder do partido coalizado, participa da montagem do segundo escalão do governo. Então quem indica os diretores são as pessoas da área do ministério, são as pessoas das lideranças dos partidos que compõem o governo que vão indicando, essas pessoas passam pela Casa Civil, tem uma investigação GSI, pode falar assim?
Defesa:- Certo.
Declarante:- GSI, sabe? E se a pessoa não tiver prontuário, se a pessoa não tiver capivara, cada pessoa indica. Eu já fui perguntado, já me perguntaram de Paulo Roberto, já me perguntaram do Duque, já me perguntaram... Essas pessoas são funcionários de 30 anos da Petrobras. São pessoas de carreira, que nunca a Polícia Federal levantou a suspeita, nunca o Ministério Público levantou suspeita, nunca a imprensa levantou suspeita, nunca a oposição sindical levantou suspeita, nunca nenhum dos 86 mil funcionários levantaram suspeita. Porque lamentavelmente as pessoas não nascem com carimbo na testa, 'eu sou filho da puta' ou não, 'eu sou ladrão' ou não, você fica sabendo depois. Quantos caras vão no casamento da filha, entra com a filhinha toda bonitinha pra entregar virgem a um canalha que 3 meses depois dá uma surra na filha dele? Então, meu filho, essas pessoas são gente de carreira, gente que estão lá, que já tinha ocupado cargos importantes na Petrobras. Então, é assim que são indicadas as pessoas. Já vem lá o nome, vem dois nomes, três nomes, quatro nomes, esse aqui indicado pelo partido tal, Ministério é tal, o líder é tal. "Esse cara aqui é mais qualificado. - "É qualificado? Vamos indicar."
Delegado da Polícia Federal:- A palavra final do presidente?
Declarante:- Hein?
Delegado da Polícia Federal:- Enquanto o senhor era o presidente a palavra final era sua?
Declarante:- Não, a palavra final era do conselho da Petrobras.
Delegado da Polícia Federal:- O conselho então era político?
Declarante:- Não, o conselho é o conselho da Petrobras, é o conselho que nomeia, isso é como embaixador, é como Ministro da Suprema Corte. Ou seja, o Presidente indica e é referendado pelo Senado ou não. Passa ou não.
Delegado da Polícia Federal:- Era o senhor que indicava os presidentes da Petrobras?
Declarante:- Os presidentes da...
Delegado da Polícia Federal:- Os diretores da Petrobras e o presidente?
Declarante:- O presidente da Petrobras foi escolha pessoal minha, o Gabrielli, e primeiro foi o José Eduardo Dutra, escolha pessoal minha.Não teve interferência política, era minha.
Delegado da Polícia Federal:- Certo. E os diretores?
Declarante:- Os diretores, eu acabei de dizer pra você.
Delegado da Polícia Federal:- Sim, por isso que eu perguntei ao senhor se a palavra final era sua.
Declarante:- A palavra de mandar para o conselho é minha.
Delegado da Polícia Federal:- Ok. Era uma espécie de filtro, então?
Declarante:- Sabe?
Delegado da Polícia Federal:- Ok. Houve troca de diretorias da Petrobras no início do seu mandato?
Declarante:- Houve, era tudo tucano, porra. Só tinha tucano, eu fui obrigado a tirar. Tinha um que era tido como um deus, tinha um que era tido como um deus da Petrobras, aí eu tirei, foi trabalhar com o Eike Batista, é o que o afundou o Eike.
Delegado da Polícia Federal:- O senhor tinha conhecimento da divisão das diretorias da Petrobras por partidos políticos, para que indicassem nesse sistema que o senhor...
Declarante:- Não é divisão por partido político, gente, principalmente um leigo, um burocrata que não entende de política é que trata a questão da política como se fosse uma coisa secundária. Política é uma coisa muito séria e muito responsável, fora da política não existe saída pra nenhum país do mundo. Então quando um presidente no Brasil, nos Estados Unidos, na Suécia ou na Finlândia, ganha uma eleição no sistema de coalizão, ele é obrigado a governar num sistema de coalizão. Não é de partido político não, é fazer com que as pessoas que ajudaram a ganhar as eleições participem do governo. É assim que funciona. É assim que o Janot montou a equipe dele, assim é todo mundo da equipe. Quando você é eleito para um cargo, você monta em função das pessoas que você conhece. Você não vai colocar o inimigo, que trabalha contra os interesses do teu programa de governo, para dirigir uma empresa.

Bem, essa verdadeira aula de política de coalizão sepulta a sequência de posts que eu havia iniciado sobre coalizão e traição e torna o meu trabalho de colunista inútil em relação a esse tema.

Fico obrigado a fazer uma guinada nas colunas (praticamente um cavalo-de-pau) e gostaria de iniciar essa guinada na rabeira de uma outra guinada que está sendo colocada no forno da vida real, da política real, ou da real politik.

Trata-se do conceito de golpe de estado.

O golpe de estado ou coup d’état é simples de ser explicado. Vou fazê-lo para esclarecer o tema para a minha avó, que é a única que lê a minha coluna, apesar de analfabeta: um estado, seja ele democrático ou autoritário, funciona segundo regras, que podem ser escritas ou não. Essas regras criam um padrão de comportamento, um certo political pattern. Exemplo: há democracias que dizem que a cada quatro anos você elege um presidente. Portanto, você tem a expectativa de troca a cada quatro anos. Em alguns lugares é possível que a mesma pessoa continue mandando, mas isso depende da aceitação popular. Em alguns lugares há limites para essa continuidade, em outros não há. Mas a expectativa está lá e é cumprida a cada quatro anos. Em todos esses lugares há regras que impedem que alguns sigam até o fim do quarto ano se aprontarem demais. Nesses casos há uma exceção à regra da expectativa e, como toda exceção, não deve ser usual. Em alguns lugares se dá por recall, em outros por impeachment ou em outros, como já defendeu nosso Diretor de Redação, por pura incapacidade civil. Se começar a ser usada na mesma proporção da regra, podem crer, há algo de errado com as pessoas (mas não com as regras). Nas ditaduras, a expectativa depende da vontade exclusiva de quem está no poder, seja o titular desse poder a própria pessoa ou Deus. Se o ditador cansar, ele sai e entrega o poder para outro ou se Deus quiser, ele sai e vai tocar Harpa na portaria do céu com São Pedro sem deixar sucessor e os sobreviventes dão um jeito de arrumar a casa. Mas lá está a regra, escrita ou não - tem que esperar ele sair um dia.

O golpe de estado é perpetrado quando não há motivos para a aplicação da exceção (questão espinhosa) ou quando, mesmo não havendo motivos, o mandato é abreviado no curso do exercício, seja por mudança de regra aplicada imediatamente durante a jogação do jogo, seja por intervenção direta ou indireta de alguém para que a regra seja mudada depois. Isso é golpe.

Alguns lugares, para amenizar os golpes, submetem a tomada de poder por alguém que não foi escolhido diretamente para isso, a um referendo popular; algo como um “ok” a posteriori, uma espécie de eleição ad hoc. É golpe também.

Vamos para alguns exemplos?

Quando Napoleão se proclamou Imperador e mudou o regime na França, houve golpe de estado.

Quando o mesmo patético político tentou fazer uma retomada por meio de um “governo de 100 dias”, houve ridícula tentativa de golpe de estado.

Quando Lênin depôs o Czar na marra, houve golpe de estado.

Quando Hitler se tornou Chanceler, ele deu um golpe de estado.

Quando Vargas tomou o poder em 1930, ele deu um golpe de estado.

Quando Fidel tomou o poder escorraçando Batista do Palácio, houve golpe de estado.

Quando Jango foi deposto para que Castello tomasse o poder, houve golpe.

Quando Figueiredo abreviou o seu próprio mandato e impôs regras de transição aplicáveis ao mandato seguinte, não houve golpe de estado.

Quando Ianaiev tentou desperestroikar a Desunião Soviética, tentou dar um golpinho de estado.

Quando Collor foi deposto, não houve golpe de estado.

Se o golpe gera uma revolução política depois, como foi o caso da "Revolução Russa", da "Revolução Cubana", do "Estado Novo" (para alguns) da "Gloriosa de 64" (para outros), isso já são também outros 500... Mas na matriz, tecnicamente, é golpe. Pois há revoluções sem golpe, como foi o caso de Mandella na África do Sul e da Reconstrução Americana, que contou com o quase impeachment de Andrew Johnson (terminou o mandato por causa de um voto de minerva no Senado) e a condução de Rutherford Hayes para suceder Johnson. O mesmo em relação ao período Entre Guerras, a Great Depression e o New Deal, já relatados aqui pelo colunista Magnus Blackman. São exemplos de Revoluções sem golpe, pois este não é pressuposto técnico daquela.

Mas voltando ao conceito de golpe, o caso clássico de golpe de estado talvez esteja nesses flertes revolucionários que seduzem os pré-adolescentes: o líder com uma bandeira e um panfleto em mãos, invade, digamos, os equivalentes no mundo ao nosso Palácio do Planalto, manda prender o mandatário de plantão por um "crime moral" qualquer, senta na cadeira, no lugar dele, e começa a assinar decretos seguindo o panfleto que leva no bolso da algibeira.

Essa é a forma de um golpe para ser debatida no ensino fundamental. E, professores, atentem: é muito importante explicar para os alunos que fazer isso é muito, muito, muito feio, viu! Não importa a razão ou o intento justificativo da medida tomada a força (na maioria das vezes, justificativa ad hoc, escrita pelos vencedores da história): é feio e ponto final.

Mas a forma para ser discutida no ensino fundamental e no ensino superior é aquela que Hitler inventou.

Ele fez assim: quando era adolescente, tentou dar um golpe do tipo adolescente – ele e um bando de vagabundos, depois de voltarem da I Grande Guerra com estrelinhas de libertador derrotado, de herói de guerra e com uma cartilha embaixo do braço, tentou tomar o poder na Baviera literalmente "na porrada". Essa tentativa de golpe, conhecida como o Bürgerbrau Putsch (ou Golpe da Cervejaria) veio bem ao modo popular: tiros para o alto em um bar e, todos bêbados, sairam pelas ruas para tomar o poder: ridículo. Não deu certo e foi preso. Apesar da pena aplicada ter sido razoavelmente dura (5 anos), foi anistiado e voltou para a vida política depois de 6 meses, com o seu panfleto tornado livro de caráter autobiográfico, o Mein Kempf. Por razões óbvias, nunca li, mas todos sabemos qual era a cartilha nacionalista ou nacional-socialista do moleque: atacava a imprensa, sobretudo a imprensa que ele chamou de propangandista antigermânica; louva a “psicologia de massas” e formula um estuário de pequenas regras e “macetes” de como fazer um bom discurso para as massas, como hipnotizá-las – falar ao modo do povo, com palavras e metáforas que eles entendem e contar boas histórias, se possível com raiva, com ódio, para que o povo se sinta inflamado pela causa, sensibilizado com a injustiça que ele desenha de maneira simples em seu discurso. É o velho papinho furado do perseguido, usado por Catilina séculos antes. Pois bem, com essa cartilha em mãos e esse papo furado na boca, dirigiu-se primeiramente à juventude alemã, desempregada e inexperiente. Alistou milhares e milhões de desocupados para defender fisicamente a sua causa nas ruas. Beneficiou-se também do sentimento sebastianista da sua volta ao cenário político, após um exílio injusto na prisão - o velho papo do ex-preso político, do perseguido, alvo de uma suposta injustiça, que se fora justiça, teve um tratamento bem brando. Os estudantes e jovens se espalharam no operariado, na classe média (ou, como prefere Chauí, “classe trabalhadora”) e engrossaram as fileiras. Eram os "estudantes profissionais". Foi a vez dos agricultores e dos pequenos produtores rurais sem emprego e sem terra para cultivar e logo os veteranos de guerra junto com as classes baixas aderiram ao movimento, popularizando o gesto de louvação com a mão direita aberta em 45º. Alguns lugares depois vieram a fazer o mesmo gesto, mas com a mão fechada, mas isso são outros 500. Eis que um furdúncio na presidência da república alemã gerada por uma polarização entre Brüning e Papen e a incapacidade daquele em controlar a inflação precipitou a queda de Brüning e a condução de Papen para a cadeira-mor. Carente de um apoio de coalizão com o partido da maioria do Reichstag (o Congresso deles daquele época), foi negociar com o chefe, um tal de Hitler. Da primeira vez, pediu demais e ficou sem nada. Jogo de perde-perde: novas eleições teriam expurgado Papen do poder e colocado um suposto adversário de Hitler no poder, um tal de Hindenburg. Aquele propôs a este o mesmo que havia proposto a Papen e um pouco mais: se da primeira vez pediu demais, da segunda pediu um pouco a mais que o demais – simplesmente um superminstério. Um ministério pret-à-porter, não previsto na Constituição, nem na regra do jogo, nem em nada nem em lugar nenhum. E mais: esse superministério teria poderes excepcionais. Hindenburg não ligaria de fazer o papel de “Rainha da Inglaterra na Alemanha” e concordou em dar um cargo especial ao chefe do partido mais popular da Alemanha e que tinha o apoio de toda a classe trabalhadora. Seria bom para os dois políticos de plantão. Fê-lo Chanceler. Nesse cargo ditou novas regras que seriam aplicáveis a ele e quando Hindenberg morreu antes de ter terminado o seu mandato, o Chanceler, que tinha poderes para isso, fundiu as funções, meteu a coroa na cabeça e fez o que fez. Termina ai a história de um case clássico de golpe de estado sofisticado, aquele golpe pelas beiradas, que começa com um pedido indecente, segue com um superminstério, e um Chanceler que faz pelos incompetentes o que eles foram gratos por não fazer. Um salvador da pátria, que ajusta a economia e chega lá sozinho, sem que um único voto o tenha conduzido ao posto. E, ao seu jeito, coloca milhões de coxinhas no forno.

Hoje, 15 de março de 2016, o Brasil está a caminho de um golpe, idêntico ao que perpetrou Adolf Hitler em 1932-1933. Não sei ainda se coxinhas irão ao forno, mas não há motivos nos discursos para que fiquem na geladeira.

segunda-feira, 14 de março de 2016

MISTÉRIOS CANTÁBRICOS

Caderno de Assuntos Menores
por Eugênio Villa

"se você compra uma galinha e ela vale dois contos e quando você vai ela está com três pintinhos, ela vai valer mais" [sic]

Se eu tenho só dois contos e quero só uma galinha, boto os pintos onde?

Se ela vai valer mais por causa de três pintos, quanto vale cada pinto pra uma galinha de dois contos?

Se eu levar só um pinto, ganho desconto?

E se o pinto que eu levar não for da galinha, posso trocar de pinto?

São mistérios muito difíceis de compreender...

domingo, 13 de março de 2016

GIRAFALES ENCONTRA DONA FLORINDA

- Doña Florinda…vine a traerle este humilde obsequio...

- Profesor Jirafales: ¿No gusta pasar a tomar una tacita de cafe?

- …¿no será mucha molestia?

- ahhh... jamás...

- encantado.... después de Ud…



DILMA SE REFUGIA NAS MASSAS


LULA SE ENFIA EM MATO SEM CACHORRO

... e não sabe como voltar...

xiiiii...............

PROVA DERRADEIRA DA INOCÊNCIA

Eis a prova de que o Partidones nunca operou um Caicha 2 nem Axacou doadores. Bando de mentirosos chechelentos!!!!!!!

Xamem o nosso Salvador, o Xefe do Partido, o Cherife dos Movimentos sociais!!!

Xega desse Xeiro de Golpe!!!

Não ao impeaxement!!!

Impeaxement é golpe!!! Xupa!!!


IMPRENSA GOLPISTA FAZ FOFOCA

Bando de fofoqueiros!!!




DITADOR COREANO OFERECE ASILO POLÍTICO A BRASILEIROS!!!


Cara de espanto com protestos

MADURO CRITICA PROTESTOS!!!

Vera Cruz Times
por José da Silva

Maestro Nicolás "Longaniza" Maduro recuerda los brasileños e a Dilma Russiffu: "No puedo permitir que sus blancas y delicadas manos se manchen con la bajeza del golpe". 



BLACK BLOCS INICIAM ARRUAÇA!!!

Manifestações tendem a ficar violentas...

EXCLUSIVO!! FLAGRAMOS MANIFESTANTES ORGANIZANDO CONTRAPROTESTO!!!

MANIFESTANTES CONTRÁRIOS ÀQUELES QUE PROTESTAM FAZEM MOVIMENTOS BUSCANDO CONFRONTO NAS RUAS!!!

CLIMA TENDE A ESQUENTAR!!!!

Em São Paulo, contramanifestantes ficam na espreita!
Na Orla de Copacabana, estão prontos para defender seus ideias e as conquistas sociais de sua classe

NÃO VAI TER GOLPE!!! 

 Clima fica tenso em Brasília!!!

MILHÕES PROTESTAM EM TODO O BRASIL!!!

IMAGENS INÉDITAS E EXCLUSIVAS!!!

SÃO MILHÕES PROTESTANDO EM TODO O BRASIL!!!

Belo Horizonte ferve!!! 


Brasília: Esplanada dos Ministérios está abarratoda de manifestantes!!! 


Milhões se reunem na Avenida Paulista, em São Paulo 


Na Orla de Copacabana, manifestantes cantam Hino Nacional!!!

Em Recife manifestantes se aglomeram!!! 


Em Salvador, momentos de tensão em meio a manifestações pacíficas!!!

sexta-feira, 11 de março de 2016

VALEU OU NÃO VALEU???


LULA TENTA DISSIMULAR PROVAS DE SEU PASSADO OPERÁRIO!!!

Tentando seguir os passos de Serra, sem sucesso...

SERRA SE PREPARA E LIMPA GABINETE!!!

Tenho certeza que ela há de sair em breve...

DILMA SE COMPROMETE A OUVIR O POVO

Sem obstáculos para ouvir os apelos...

DILMA E EIKE NA CONSOLAÇÃO

- Não liga pra eles... Eles ainda vão pagar por tudo isso que estamos passando!!!
- Qui, pagá o que, sô! Tira o zóio daí, rapá!

DILMA SEGUE NO COMANDO!

O importante é olhar pra frente!!!


EXCLUSIVO! AÉCIO RECEBE ACARAJÉS EM SALVADOR!

O olho cresce pra cima do Acarajé...

Editorial

Por Dom Fernandes III

Tinha planos de escrever um editorial bonito esta semana.

Cheio de citações, com retórica bem aparada, consolidando os problemas que todos os nossos editores debateram – este seria o mágico e estupendo edital.

Mas não.

Vem essa Lavajato, essa “prisãozinha” do Lula, essa aceleração do impiche e pronto.

Lá se vai meu belo editorial em troca de opiniões sobre temas chatos, chatos, e mais do que chatos.

Eu queria falar das flores e se algum leitor sem-noção me cobrar por que eu não disse que falei das flores, deixo as flores para o velório de um governo que saiu da UTI na semana passada e já está no necrotério aguardando que venha algum parente ou conhecido reconhecer o corpo.

A causa mortis, entretanto, está oscilando entre cassação de mandato e impiche.

E ai é que reside a nossa agonia, pois somos instados a nos manifestar, como o veículo de jornalismo mais antigo do mundo, a dizer se somos a favor ou contra o impiche, a favor ou contra a cassação de mandato.

Eis ai nossa opinião (e dane-se o resto! #prontofalei): SOMOS CONTRA O IMPICHE! SOMOS CONTRA A CASSAÇÃO DE MANDATO!

Mas ao mesmo tempo, do jeito que está, não dá.

E ai? O que fazer?

Ora, nosso jornal é a favor da exoneração da funcionária pública de plantão no Palácio do Planalto (a Dona Russiffo) de maneira expedita e por força de incapacidade civil absoluta.

A inquilina do Planalto está visivilmente doente.

Sofre, sem sombra de dúvida, de alguma debilidade mental, de alguma fragilidade intelecto-cognitiva que nem eu, nem Doutor Pangloss sabemos bem identificar o que é.

Mas que ela está doente, ah, isso está.

Ela não está bem.

Precisa ir pra casa, se tratar; cuidar da cabecinha, da memória, essas coisas.

Só Tylenol e Novalgina não estão adiantando.

Prozac, Deprax, Eufor, Dieta Ravena, Grecin 2000 – nada está dando efeito.

A Dieta então, que desgraça!, está atacando a memória e os neurônios que sobraram, atualmente ocupados em matar a fome e combater a calvície.

Os sintomas só se multiplicam e a incapacidade por “discernimento reduzido” já foi até diagnosticada por aliados – eles notam certo autismo na capacidade de compreensão e leitura do entorno.

Já passou da hora de darmos início a um processo rápido, simples, indolor, higiênico, legal e constitucional (segundo a constituição de 1969, Parágrafo Único ao art. 184, as despesas desse processo com médicos e etc correm por conta da União, norma esta que, pelo princípio da recepção constitucional do justo, está ai pra quem quiser ver): não chamem o Cunha, nem o Senado, nem a Câmara, nem a PF, nem o Janota, nem a Força-Tarefa, nem o Gilmar, nem o Supremo, nem o MDB, nem o Maduro-Girafales, nem o Morales-Cara-de-Bolacha, nem o Mujica-Seu Jaiminho, nem a Kirschner-Dona Florinda e nem o Corrêa-Quico, nem o síndico, nem o Dunga, nem o Parreira e nem o Felipão – chamem um médico. Um médico bom, de boa formação, com bom domínio da técnica, da confiança de todos, pronto para agir pelo Brasil, armado de seu CRM e seu estetoscópio.

Ele vai até o Planalto (não precisa ser em condução coercitiva, pode marcar hora e data que loucura não foge de um dia para o outro), apresenta seu CRM com especialização em Psiquiatria na portaria do Palácio, toma um chá de cadeira de 3 horas e examina a paciente em meia hora, trazendo a público o diagnóstico que todos nós sabemos: “não dá mais, ela tá lelé-da-cuca, pirada, doidinha de pedra”.

Um exame rápido, simples, algumas perguntinhas, uns testezinhos psicotécnicos, coisa simples assim, nada demais. Uma mesinha com figuras geométricas, um pique-repique, uma musiquinha qualquer (pode ser uma marchinha de Carnaval do Silvio Santos que está ótimo).

E analisa o resultado para o bem da nação pensando: daria para colocar alguém com esse discernimento da realidade para cuidar da minha residência, na minha ausência, por pelo menos uma semana? Quebraria algo? Abriria a porta para funcionário falso da NET? Regaria a jardineira de brita? Conversaria com a fruteira por mais de 10 segundos? Gastaria corretamente o dinheiro do “caixinha” para manter a despensa com alimentos adequados e produtos de limpeza e higiene minimamente úteis para os fins a que se prestam? Daria descarga após o uso? Apagaria a luz ao sair de algum cômodo?

Se a resposta for “não” para qualquer uma das perguntas, é inevitável a interdição civil.

Procuraria algo no escuro? Lavaria louça com Omo? Inala freadas antes de lançar as cuecas no recipiente da lava roupas? Secaria a louça lavada com Omo no microondas? Dormiria na minha cama na minha ausência?

Se a resposta for “sim” para qualquer uma das perguntas, o caso está encerrado.

Com a interdição decretada após o laudo só poderá assinar cheques, contratos e praticar os atos da vida civil em geral assistida de um curador.

Para o exercício de cargo público, recebe, com as homenagens de estilo e praxe, aposentadoria proporcional (que o Diário se compromete a pagar a diferença se ela sair logo).

A melhor alternativa é essa: aposentadoria por incapacidade civil (relativa ou absoluta, depois a gente vê).

Uma vez aposentada, ela poderá jogar bastante Banco Imobiliário e se deliciar com as cartinhas de “Sorte ou Revés”, sem fazer com que os efeitos do jogo sejam sentidos por quem não tem os dados nas mãos.

No mais, com licença, leitor, leitora: tenho roupas por lavar e almoço por fazer.

Presentes das Empresas

Caderno Empresas
Por Bill Taney

Voltamos, pessoal.

E conforme prometido, vamos continuar nesse assunto gostoso sobre o sadio hábito de dar presentes.

Na coluna anterior passada contamos a história do JOVEM APRENDIZ que se tornou um GRANDE CHEFE, um espécie de pajé dos tempos modernos.

Ele soube fazer da sua vida profissional um verdadeiro sacerdócio em presentear.

Ele foi tão hábil, tão esperto, que nem sequer tirou um tostão do bolso e tendo saído completamente da humildade, sobre alegrar os superiores presenteando-os com serviços úteis.

Ele usou o guanxi chinês de um modo que nem mesmo esse milenar e astuto povo pode imaginar quando inventou o sacerdócio do presente ainda antes de Confuso.

Pois bem, hoje vamos falar de presente de verdade – de dar algo, um bem, um objeto de valor, as técnicas, as formas.

Quando falamos de dar presentes de verdade, objetos, temos que pensar em algo caro. É importante que seja caro pois o presenteador tem que impressionar. Pode ser uma jóia (não precisa ser bonita, basta que seja caro), um jantar caro, um vinho caro (não precisa ser bom, basta que seja caro). Coisas baratinhas podem ofender.

Há aqueles presentes intermediários: uma roupa cara, um perfume caro, coisas assim.

Mas nesses casos, o presenteador poderá enfrentar um problema sério – se ele não for tão bom quanto o nosso JOVEM APRENDIZ ao ponto de saber qual o exato gosto do presenteado, poderá dar algo que o presenteado não goste e ai o ato, ao invés de atingir o seu objetivo, poderá transparecer certa ignorância sobre a pessoa, o que não é bom.

Sendo o presente caro, o presenteador poderá sempre minimizar esse efeito colateral, pois o presentado, caso não goste, poderá repassar o presente perpetuando essa cadeia fenomenal de nossa máquina produtiva.

Quanto mais barato, maior o risco caso o presenteador não conheça bem o presenteado. E mesmo que conheça bem, se acertar na mosca o desejo ou a necessidade do presenteado dando-lhe um presente barato, correrá o presenteador outro risco – o de não ser considerado um presente de verdade.

Assim, se não souber ou não puder dar um presente caro, o mais indicado é que o presenteador dê notas de dolares como presente, de preferência em múltiplos de cem: $100, $200, $300... $2,000, $2,500... $50,000... $250,000... $1,000,000... $2,000,000.

Os dolares são presentes práticos e universalmente aceitos. Todo mundo gosta, não tem como errar. E mais: você não tem o risco de ter o seu presenteado repassando porque não gostou do presente. Ele vai repassar porque realmente precisa presentear outro. É o estado mais puro desse sacerdócio divino e filantropista que é o ato magnânimo de presentear. As nobres notas também são universalmente aceitas e amplamente geradoras de sorrisos, alegrias, felicidades, graças e mais outros infinitos sentimentos positivos que vêm do coração.

Esse presente entretanto, gera algumas dúvidas. O primeiro deles é em relação a quantidade de múltiplos de cem a ser presenteado. Bem, essa quantidade vai depender do “apreço” que está sendo sentido pelo presenteado. A ocasião e as contrapartidas também podem influir.

Ao dar presentes simples como esse, o presenteador deve seguir o exemplo chinês e colocar tudo em um envelope vermelho com dizeres bem bonitos. Pode colocar lacinho no envelope, desde que seja vermelho também. É uma tradição que não pode ser quebrada.

Normalmente valores até $5,000 cabem num envolpe. Se o valor for entre $5,000 e $500,000, o presenteador poderá optar por fazer a entrega em uma bolsa Louis Vitton, Prada ou Gucci. Se for homem a receber, entregue em uma valise da Halliburton ou numa pasta tipo 007 de couro argentino.

Valores superiores a $500,000 precisam ser arrumadinhos em uma mala de mão, dessas que cabem em um bagageiro de avião bom (teco-teco não vale).

Entretanto, nunca dê mais do que $2,000,000, pois excesso de generosidade pode pegar mal. Além disso, valores superiores a esse não cabem numa maletinha e ai você teria que quebrar uma tradição sagrada.

A entrega pode ser “sem cerimônia” ou “com cerimônia”.

Na entrega “sem cerimônia” você entrega e logo diz “aqui está... obrigado por aquele cafezinho”. Nesse caso o “cafezinho” é aquele algo que te motivou a dar esse lindo e útil presente.

Já na entrega “com cerimônia”, vários ritos de entrega são universalmente aceitos. Isso, de tão complexo, mereceria outra coluna, que posso pensar em breve em escrever a você, meu leitor amigo, minha leitora linda!

Mas voltando a entrega “com cerimônia”, lembro a mais tradicional e que, não sabemos porque, vem caindo em desuso – é a cerimônia da aposta. Nessa cerimônia você faz assim: chega para o seu interlocutor e diz a ele, “eu aposto $xxxx com você que você não consegue fazer aquele servicinho pra mim”. Se ele fizer, você terá que pagar a aposta!

Não é simples?

É uma aposta! Obrigação natural. Nada ilegal, não mata ninguém (exceto se o
“servicinho” em tela for “matar alguém”) é bem divertido e todos gostam e aceitam.

Até as empresas retrógradas que têm aqueles absurdos códigos que proibem dar presente, não proibem apostas!!! Tanto é que nessas empresas todo mundo faz bolão da Mega-Sena, não é verdade? Então, até nessas empresas as “apostas” tem que ser pagas!!!

E pagar apostas é lícito e bonito! E, acima de tudo, É HONESTO!!!

Esse prêmio-aposta-presente (exceto nas empresas que proibem presentes, ai você só chama de prêmio da aposta) é muito bom, útil e aceito pela lei, pela moral, pela ética, pelos bons costumes e pelos sermões do Padre Antonio Vieira (inclusive e exclusive).

É bem diferente do jogo que o Jânio Quadros proibiu (e que já-já vai ser desproibido) e é bem parecido com as apostinhas de Fla X Flu que o pessoal faz nas empresas (apostas envolvendo o Vasco estão proibidas por serem consideradas leoninas e as com o Botafogo são consideradas apostas não-sérias ou "a brinca"). Normalmente apostam almoços ou essas coisas incômodas, mas nada impede apostar a entrega de efectivo, como diriam na Argentina, sobretudo no envelope vermelho, na bolsa Gucci, na maleta Halliburton e, se você tiver sorte, ah.... na mala de mão Rimowa!!!

Na próxima semana voltaremos falando sobre o assunto do vigarismo empresarial, algo que vem sendo pouco estudado e cultivado, mas reconhecidamente muito útil para a produtividade. Esse tema do presente no mundo corporativo com suas histórias edificantes voltará, mas em outras colunas futuras, para que você não se vicie no tema, leitor amigo, leitora cheirosa.

Até lá!