Caderno de Política
por Cícero Esdras Neemias
Luis Inácio candidatou-se para concorrer ao pleito que decidirá pelo cargo de Presidente da República. Sua candidatura foi lançada ano passado, algo entre julho e agosto de 2015. Foi feita verbalmente e vem sendo reiterada por escrito em meios eletrônicos e redes sociais. Provas há, em abundância, sendo cuidadosamente produzidas contra esse Homem Morcego de São Bernardo.
Nesta semana, o candidato (ainda aguardando que o TSE abra o prazo para "oficializar" as candidaturas) encontra-se em campanha, em pleno vapor. Faz discursos eleitorais até em velórios (literalmente). Viaja o país em palanques com uma única data na boca: outubro de 2018.
Não há a menor sombra de dúvida ou disfarce de estarmos diante de uma das mais folgazes violações da lei eleitoral nesta Era pós-Lavajato (a maior, até então, ocorreu nas campanhas de 2010 e 2014 em que Rousseff privatizou sua candidatura para empreiteiras, privatizando assim, por meio de sua vitória, a própria cadeira presidencial, deixando as eleições da Era Café-com-Leite no anedotário das fraudes eleitorais).
Se compararmos essas violações (qual seja, as de 2010/2014 com as de hoje), a que vem sendo cuidadosamente tramada pelo Fidel dos Metalúrgicos do ano passado pra cá, soa como uma bobagem infantil. O que é antecipar-se alguns meses em face de anos de rebate em propina? Na balança do sindicato, nada.
Essa ideia de "queimar a largada" e violar descaradamente a regra eleitoral tem por finalidade única gerar um estado de ilegalidade calculado: quando as irregularidades decorrentes de candidatura intempestiva e campanha desleal (porque fora do prazo, porque fora do âmbito da fiscalização do TSE, porque imune a direto de resposta, porque baseada em dados e fatos inverídicos, porque financiada de maneira nada transparente e por ai vai) se tornarem punição com consequente impugnação da candidatura (Silvio Santos, em 1989, quando "comprou" a vaga de Armando Correia foi impugnado por muito menos...), Luis Inácio e seus acólitos apostarão na carta da manga esquerda - a ignorância do seu eleitorado. E sem pestanejar, jogarão a turma do Bolsa Família contra o TSE.
Como o eleitorado (e, convenhamos, a unanimidade da imprensa, formada por meninos e meninas hábeis em redes sociais mas inábeis com fatos) é absolutamente alheio a essa violação descarada, canhestra e desavergonhadamente calculada, a chusma de Luis Inácio já preparou o discurso para a punição vindoura - "é gópi".
Fato é que a chusma luloesquerdopata não fez seu Dória e terá que ir de Luis Inácio e, este, terá que ir dele mesmo para salvar-se do que fez no caminho entre a família morta e a sessão de cinema.
Simplesmente a candidatura será impugnada e o discurso da perseguição política de que o FBI está impedindo o Kel-El de Garanhuns de salvar os pobres do Tubarão Branco de Wall Street está só esperando a chamada "subsunção dos fatos à norma".
É esperar para ver.