domingo, 13 de novembro de 2016

Voto Obrigatório X Voto Facultativo

Caderno de Política
por Cícero Esdras Neemias

Após a eleição de Donaldo Trompete (e não "Topete"), seguidas por uma "guinada à direita" no nível municipal brasileiro, causa (direta ou indireta, que seja) dos tropeços da esquerda em seus próprios cadarços, abre-se na Academia e em jornais de menor expressão o debate sobre Voto Obrigatório X Voto Facultativo.

No caso Trompete, onde o voto é facultativo e a captura da opinião do ausente eventual se transmuda em "maioria silenciosa", não é a obrigatoriedade do voto que se debate, mas sim o modo de interpretá-lo no varejo. Um sistema federalista puro, em que os estados declaram a prospecção do vencedor local em detrimento de uma soma absoluta de votos do todo nacional, sem distinções regionais, tem tônica mais forte do que propriamente a transformação de um direito de escolha em dever cívico-funcional, o que seria, no caso em discussão, um problema destes cantos do mundo.

Por lá, muito por influência jeffersoniana, criou-se nos idos de 1788 um sistema que seria (ao menos como se via naquele tempo pré-Texas e proto-iPhone) “à prova de oportunistas”. É nesse sistema que o federalismo americano se expressa da forma mais plena e acabada: a União não interfere na escola que cada estado fizer, nem tampouco interferem os estados, entre si, em suas próprias escolhas: os mais justos até que reclamam dos mais injustos, mas fora reclamar, nada lhes resta a fazer. Vai quem quer (às urnas), chega quem pode mais (à Casa Branca), cada qual com o seu regulamento embaixo do braço (esquerdo ou direito).

O caso Trompete quebra essa máxima da blindagem política: foi justamente esse sistema casado à não obrigatoriedade do voto que alçou à Casa Branca essa espécie de Homem de Cabelos Laranja com espírito de Rei Norte Coreano Pré-Adolescente.

Enquanto por lá se discute como evitar não apenas gente como Trombeta (ou Trompete, pois não quero aqui confundir “Trump” com “Horn”), lembram-se também as alternativas que estavam surgindo do outro lado dos insatisfeitos: um tal de Bernardo da Areia, que a ventania da Trombeta acabou de dissipar de forma definitiva. Em outras palavras, esse sistema federalista (hoje em dia bem para lá de tosco de forma geral), como havia sido prenunciado em 2000 pela vitória mal explicada do Jorge Andarilho Moita ia dar onde deu - pena que ninguém imaginava qual néscio da altura do Sr. Trombeta que aproveitar-se-ia temerosamente dessa oportunidade.

Que seja, isso é o que temos para hoje.

Por aqui, percebe-se que o voto obrigatório seria nossa mazela (ou senzala).

Outrora atacado pelo mesmo PT que passou a defendê-lo com unhas e dentes assim que chegou ao poder e que agora, vendo seus apaniguados do Bolsa Família abrindo as portas de palácios governamentais aos pastores pentecostais, o voto obrigatório ganha as pedradas de todos aqueles que não são MDB.

Sim, ele, esse malfeitor, o voto obrigatório, que já passou do tempo dos ataques enquanto vemos até o facultativo sofrer fuzilamento em praça pública. Dizem por ai que tem gente demais sem saber o que pensa tendo o direito de dizer o que acha sobre algo que não faz a menor ideia de como funciona: e quando esse direito passa a ser obrigatório ficamos com a seguinte fórmula – gente demais sem saber o que pensa tendo o dever de dizer o que acha sobre algo que não faz a menor ideia de como funciona.

O voto está sob ataque neste início do século XXI com a ferramenta eferrujada da democracia, antes que digam que ela, a democracia, a melhor das piores, é que tem lá sua inoperabilidade perante as liberdades e as igualdades ou, até mesmo, a lógica. Ideias de voto qualificado estão se espraiando pelo mundo em reação às estridências da Trombeta Laranja. Quem ainda não viu, se informe sobre as ideias de Jason Brennan nesta era da Sétima Trombeta do Apocalipse.

E atacar o voto aqui abaixo da Amazônia equivale a derrubar essa muralha, outrora construída por Olavo Bilac quando flanava fora de sua atividade como letrista de hinos chacotados em grau máximo e autor de sonetos de gosto mais do que duvidoso. Mas, convenhamos após análise – desse sistema bilaquiano de compulsoriedade do voto que desaguou num cabresto oficializado pelo Estado que alcançou seu ápice durante os tempos de Militares no Poder, o que resta, hoje, dessa obrigatoriedade, edulcorada por uma alternativa de justificação de fundamentação pronta, que equivale a uma abstenção consentida a priori pela lei?

Veja-se nessas eleições de 2016 - a ausência chegou perto dos 20% e vem de um continuum crescendo, seja ele por problemas pontuais (recadastramento, como tentaram alguns inverter a causa em descarada petição de princípio), seja por problemas de difícil compreensão (abstenção pura e simples por opção do eleitor que se orgulha de "justificar o voto desde 1989" e assim por diante).

Essa queda vertiginosa nos índices de legitimidade são obviamente escondidas pelos detentores do poder e manipuladas por jornalistas que atuam como seus procuradores, tal qual os capitães do mal recadastratório.

Como dizer, então, dadas tais margens crescentes causadas por um sistema de ampla facilidade para "justificação de ausência", que uma pessoa está "obrigada a votar"?

Mais – ainda que não justifique, o que dizer de um sistema que, mesmo assim, permite que o eleitor pague uma "multa" pela sua "violação da lei eleitoral que impõe a obrigatoriedade do voto", se a tal multa ainda dá troco quando é paga (com atraso até...) com uma nota de R$2,00 (dois reais)?

Convenhamos: "voto obrigatório" no Brasil é um de nossos curiosos mitos urbanos (e, por que não reconhecer, um de nossos mitos rurais também, ao lado do ET de Varginha e do Chupa-Cabra).

No Brasil, só vai votar quem não tem paciência para "justificar a ausência" ou não sabe como "pagar a multa" ou, digamos assim, se importa algo com o dever moral imposto por lei em face de sanções que não assustam nem o mais castiço dentre os brasileiros.Os demais, nem sabem quando a papeleta do “votei para prefeito em 2016” poderá ser exigida ou usada (talvez para tirar passaporte, mas hoje ninguém na PF sequer olha se você votou ou não).

O sistema dá brechas infinitas para não se votar.

Reformulando: o sistema permite que não se vote.

Proibições para compelir a prática de um ato, a semelhança do nosso sistema de voto obrigatório em nossa lei eleitoral, equivalem, como diria o velho Goffredão, a uma permissão.

Paremos com essa balela de que o voto no Brasil é obrigatório.

Pois bem, se vivemos num sistema de "voto facultativo de fato", justamente porque a obrigatoriedade jurídica é, ultima ratio, escorada numa multa de menos de R$2,00 (dois reais) e considerando que o nosso sistema é absoluto sem qualquer traço de federalismo como ocorre nos EUA, qual o problema por aqui?

O problema é que não há problema algum com o sistema.

O problema por aqui é muito outro.

E isso até que surja por aqui uma versão local de Trombeta – e não me refiro aqui a Bolsonaro, um insider da política; penso em algo semelhante mas em versão local, algum empresário "bem sucedido" e cheio de ideias malucas, algum Chatô em versão moderna que misture um pouco de Berlusconi com Putin; um senhor de Engenho ou dono de Cortiço do tipo Romão que veja na política um espaço a ser ocupado pela sua vaidade, que não cabe mais nos Conselhos de Administração que frequenta nos “mercados da vida”.

É só olhar em volta que acharemos vários desses.

É só dar a ideia que em 2018 ele estará lá, pronto para ocupar o Planalto e receber uma ligação do Trombeta parabenizando-o pela lição aprendida e aplicada.

E quando ele se candidatar e der "traço no Ibope", não vai ser o voto obrigatório de direito ou o facultativo de fato que vai nos tirar da agonia de ver (mais um) imbecil dirigindo o nosso país.


Tanto lá quanto aqui, a proposta é: vamos acabar com o federalismo de uma vez antes que ele acabe com cada um de nós.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Recadinho

Caderno de Assuntos Escolares
por Clóvis Hauser (estagiário de m...)

À turminha que gosta de invadir escolas: a melhor maneira de protestar contra uma grade escolar é estudando aquilo que foi cortado e aquilo que foi imposto.

Se você acha importante aquela matéria que te disseram que era importante, ESTUDE-A.

Mas não invada a escola para torná-la obrigatória para quem quer estudar todo o resto e não pode, justamente porque você não está estudando nem uma coisa, nem outra.

Grade, no tempo do seu professor, definia escola e as bobagens que eles falavam em cada sessão de 45 minutos - no nosso tempo, grade é o que separa um criminoso de um trabalhador.

Em outras palavras, vê se toma vergonha nessa cara e vai trabalhar (estudar também serve).

The Guilty

Vera Cruz Times

Bill Clinton just delivered a speech justifying why his fellow mate Hillary failed to win the most winable elections ever in the history of the Solar System.

Well... it was not a speech - he just proved a fact with strong evidences:



Sympathy for the Devil...???


To get things worst then they could be, she borrowed clothes from the Mick "Pé Frio" Jagger:


Paint It, Lettuce!!!

UNBELIEVABLE

Vera Cruz Times
por José da Silva

The astonishing and overwhelming ability of the Working Class to do stupid things is really infinite.

A few months ago, they went up with the Brexit – brilliant! Congratulations!

Now it is time of the US Working Class: “white male blue collar”, as they are usually saying in US to precisely define those who are there with, basically, no college and some poor literacy.

The same morons who put Obama on the White House on the hope of a free health insurance plan are now upset and just turned US, a former progressive and populist government, into a new form of one: the Nazi-democracy.

The “hate speech” and the Hitler-style of addressing ideas to the people in general is now inserted in a system with a Legislative Branch (absolutely controlled by the same owner of the chair on the Executive who addresses the hate speeches), but with serious oversight by certain institutions and agencies and, mainly, by the Judiciary.

Hate speech will turn into a form of public governance: until our guts can support this kind of treatment in the public arena.

Hate speech is now the rule all over the world. We lost the last bulwark of the institutionalized moderate speech controlled by the etiquette of the politically correct perspective of living. The next step will be the fans of Red Sox start to beat, like animals, those blue Yankee fans and vice-versa (just to be in line with the other parts of the civilized World like Europe).

Negotiation, agreements, understandings, tolerance and the politics based on reason are part of the past. Samurai virtues and cavalry public posture are things for sissies: the political arena cannot tolerate gentlemen anymore – it is a field for rude people with neolithic arguments and reasoning, but, as they say, “with guts”.

In other words – the political arena is completely occupied by hooligans: don’t you want to Occupy Wall Street? Yeah… they got that: all of them with the mask of 18th Century British Terrorist and representing… – the Blue Collar people!!!

They occupied: not only Wall Street but also the White House.

And the Nazi-democracy is exactly what is happening now in US, since then: people chose, clearly, the hate speech and the affirmative statements of a race over others, of a social class over others, of an intellectual (low) condition over others, of a bunch of vices and “minor hatings” over others. The so-called “silent majority” showed up and, literally, delicately offered the middle finger to the “loud minorities” (which I really don’t know who they are…).

The “silent majority” is the nowadays politically-incorrect institutionalized. They found someone to say what they cannot – he is rich, crazy, and inconsequent and can give voice to the inner vices assuming a large liability for his hate postures. Now, with money and political power, we can say that hate speech and hooliganism in politics is more than permitted – is incentivized by example.

Yes – Homer Simpson prevailed.

On their turn, the “silent majority” believes in the self-made man: not in that one who will be conducted to the White House, but strictly on themselves. They think they are able to win in that country because the country, itself, is the land of opportunities. The magic is in the land and on themselves, not on people (mainly other people). The only thing they need is someone to take the “minorities” out of their way. Simple.

In the military, a “silent majority” is also what a few soldiers found in Vietnam and all over Middle East: troops of unidentified soldiers, pretending they are simple civilians, but with real military potential to harm adversary troops. War crime? No. Self defense.

But a few call them terrorists.

And the silent majority will, in their turn, call the other side as terrorists while they will consider themselves in “self defense” against these potential harmers.

Terrorists prevailed, in the end of the story. Yeah – it seems not so simple…

And, talking about terrorists, once a friend of mine, who is a brilliant political scientist said, from a real political point of view and from the perspective of the distribution of power, that citizens of affected countries should have the right (or, at least, the opportunity) to vote for President in US, although they are not even US citizens or (God!) US residents. I thought that statement was a blasphemy, a bad joke from the perspective of the citizenship rights definition. The “others” cannot interfere in my right to choose my representative, although the things my representative does can interfere on their rights; but just as matter of consequence and not as matter of chose…

Nowadays, I understand what she said. But I confess, it is too late to recognize that…

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

FHC Candidato 2018

por Dom Fernandes III

Prometo que quando morrer, tão logo chegue ao Reino dos Céus, mandarei Deus e toda a sua turma (incluindo Jeová, Maomé, Jesus, São Pedro, São Miguel Arcanjo, Karol Wojtila, Edir Macedo, Silas Malafaia, Ogun, Xangô, Buda) para o QUINTO DOS INFERNOS!!!

Alguém precisa trabalhar naquela porra!!!!!!!! Assim não tá dando!!!!