sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Editorial de Desculpas

por Dom Fernandes III

Depois de longo período no silêncio das reflexões, abrimos este Editorial, resultado direto dessa reflexão, com dois pedidos de desculpas aos leitores.

O primeiro deles, já automaticamente concedido pela leitura, decorre da paciência a nós franqueada sobre o tempo de reflexão que gerou uma mudança de ideias e que origina o segundo pedido de desculpas: erramos em nosso julgado sobre Donald Trump.

Sim. Erramos - e erramos feio.

Os números estão ai para comprovar.

A extrema habilidade com que ele se move no campo político, seja da política interna, seja da política internacional, prova cabalmente que estamos diante de um dos maiores presidentes da história dos EUA.

Trump está fazendo uma revolução na política e na forma com que ela vinha sendo feita.

Revolução não é uma de nossas palavras prediletas, mas não encontramos outra para designar a quantidade de mudanças que Trump, quase sozinho, vem fazendo não apenas em prol dos EUA, mas do Mundo.

A história há de reconhecer em Trump um distinto transformador.

Sua linguagem e sua forma ríspida de se expressar, durante toda a sua campanha, nos causou não só estupor, mas desconforto e até uma certa azia. Mas a reação ao seu modo direto e franco de expressar, por parte da tropa organizada de SJW, seja nas redes sociais, seja na imprensa, foi o que realmente nos impossibilitou de continuar escrevendo nesse período, pois a necessidade de vomitar passou a ser diária.

A Revolução Francesa, que foi um brincadeira histórica de mau gosto, começou com uma fake news (para quem acha que conhece muito de Revolução Francesa, recomendo que pesquise sobre a biografia do jornalista Camille Desmoulins).

Trump apenas levou certas interpretações e leituras a limites válidos de questionamento e a sua estratégia gerou uma torrente avassaladora de fake news na reação. De fato, essa corrupção jornalística e intelectual sempre existiu, mas como uma "Lavajato dos jornais", veio a tona num tsunami de mentiras expostas como nunca. A quase esmagadora maioria de mentiras é voltada para desqualificar ou descredenciar o trabalho de Trump.

Basta que se lhe ouça diretamente, sem intermediários e, depois, se recorra a essa papelada toda produzida por intelectuais orgânicos da esquerda americana (de CNN e NYT a uma rádio satélite qualquer via XM na mais longínqua cidade do interior de Idaho, por exemplo).

Trump expôs ao mundo a podridão da imprensa mainstream, o infowar, Hollywood, os artistas, os cantores, os acadêmicos com seus dados falsos, os burocratas, lobistas, os estupradores, os pedófilos, os racistas, os preconceituosos, os intolerantes religiosos (sobretudo os islâmicos, intolerantes na essência) enfim - a escória da intelectualidade orgânica que criou uma Matrix que colocava de fora a voz do cidadão comum.

Ao mover o seu debate para a arena mais franca e aberta do mundo, o Twitter, Trump saiu do paradigma de dominação anterior e permitiu que a população passasse a ouvir dele, diretamente, as questões sobre política. Todos passaram a participar, comentar, concordar, discordar, de forma direta. Todos passaram a ter opinião, a formar opinião.

Trump acabou com o formador de opinião profissional.

Devolveu não só ao povo, mas sobretudo ao mundo, o direito de cada um ter a sua própria opinião e não apenas reproduzir uma opinião inteligentinha.

A economia tem reagido como mera consequência dessa revolução nos valores de participação política. Trump mostrou que it is NOT the economy, stupid; it is the "VALUES OF A NATION"!

Trump não é um populista. Um populista faz média com uma maioria de sustentação. Trump não faz média com ninguém.

Populistas não falam de valores, pelo contrário - atacam valores. Trump os defende, no melhor estilo conservador ou liberal-conservative, todo o tempo.

Ele é um estrategista nato. A estratégia está escrita em seu DNA, faz parte de sua constituição genética.

E apesar dos discursos duros (algumas das vezes), Trump, desde o de posse, vem governando e expondo suas ações de maneira clara, direta e objetiva.

A objetividade, nestes tempos de justiça social completamente obliterada pelas subjetividades mais energúmenas, ilógicas e incoerentes, soa como um petardo. A objetividade machuca, dói.

Trump não é racista, não é retrógrado, não é reacionário, não é burro, não é supremacista: Trump é um hábil estrategista e o mundo não está acostumado a conviver com pessoas com esse perfil desde a morte de Churchill, pelo menos.

Há tempos que não surgia um Henrique VIII, um Tokugawa, um George Washington. Quando surge algo parecido, de início, as pessoas assustam, se confundem, são confundidas.

Trump levou a indústria do lobby para a UTI - sua forma imprevisível (melhor dizendo, estratégica) de agir, está levando essa indústria para o fim, pois ele interage diretamente com intermediários que precisa, tanto de um partido quanto de outro, bem como com os grupos de influência. Trump não age partidariamente, ele age, literalmente, de forma republicana e democrática. Lobistas dependem de uma estabilidade que lhes vem sendo negada, via partidarismos claros e previsíveis e muitos já estão mudando de ramo, pois não terão como viver 8 anos nesse esquema político que, talvez, após o término do 2o mandato (que é certo como gelatina ao fim de restaurante buffet por quilo), talvez nunca mais retorne.

Eis o resultado em menos de 1 ano de uma das mais brilhantes administrações públicas da história, que nos faz questionar novamente sobre valores e necessidades que só o Estado é capaz de suprir, como lembrava Brian Cozier - Trump vem sendo capaz, inclusive, de nos demover de nosso anarcocapitalismo.

Há quem diga, porém, que Trump não anda bem da cabeça. Mas já pude notar que são as mesmas pessoas que se voltaram contra o impeachment de... Dilma Rousseff, a sã.